Internacional

Nova usina de carvão na Alemanha ameaça meta climática de Merkel

13 jan 2020, 10:32 - atualizado em 13 jan 2020, 10:32
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Autoridades do governo e executivos da empresa se reunirão para outra rodada de negociações em 15 de janeiro em Berlim, onde discutirão compensações pelo abandono do carvão (Imagem: Divulgação/Uniper)

Uma das maiores concessionárias da Alemanha planeja abrir uma nova usina de carvão, embora o país esteja atrasado em relação a outras nações europeias para a eliminação gradual do combustível.

Protestos já estão sendo preparados para interromper a abertura em junho da usina Datteln-4, controlada pela Uniper, e podem tornar a concessionária novamente alvo no debate cada vez mais fragmentado da Alemanha sobre o combustível fóssil que ainda gera cerca de 30% da eletricidade do país.

O conflito pode ameaçar o legado climático da chanceler alemã Angela Merkel, já que as metas de emissão na Alemanha estão atrasadas após uma década de investimentos recordes em energia renovável.

Merkel tenta atingir um consenso nesta semana para que 2038 seja a data definitiva para a eliminação do carvão e resolver as disputas cada vez maiores entre a indústria e ambientalistas.

Autoridades do governo e executivos da empresa se reunirão para outra rodada de negociações em 15 de janeiro em Berlim, onde discutirão compensações pelo abandono do carvão. A Uniper espera que a sua usina seja uma das últimas instalações de carvão em operação do país.

O cronograma da usina Datteln-4, orçada em 1,5 bilhão de euros (US$ 1,7 bilhão), nos arredores de Dortmund, coração industrial da Alemanha ocidental, já está nove anos atrasado. A unidade estourou o orçamento devido a falhas que atrasaram sua conexão à rede.

Ativistas climáticos não acreditam nos argumentos da concessionária de que a nova usina gera energia de forma mais limpa do que os modelos mais antigos que planeja aposentar, e pedem que a usina seja fechada antes de começar a operar.

Na sexta-feira, a Blackrock, quinto maior acionista da Uniper, entrou com seu peso de US$ 7 trilhões em um grupo de investidores que pressiona os maiores emissores do mundo a mudarem suas práticas. A entrada da maior gestora de ativos do mundo é um marco significativo para o Climate Action 100+, que defende transparência do volume de emissões emitido e ação climática.

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