Nova usina abre 1º de junho só com açúcar e com contrato herdado de cogeração
Em dezembro, a Enersugar, antiga e falida Usina Pau D’Alho, planejava reabrir as portas em abril, mas ainda não tinha o mix definido, como o novo sócio-proprietário informava a Money Times. Em abril não deu, maio também não, agora a inauguração será em 1º de junho, e a unidade repaginada vai produzir 95% de açúcar.
De fornecedores de cana a agora usineiros, Sylvio Ribeiro do Valle e os outros acionistas, os irmãos Finotti, superaram os contratempos normais em reformas de unidade parada há muito tempo – os últimos ajustes e testes na caldeira, por exemplo –, e decidiram pelo alimento no calor da crise da pandemia.
Com o etanol sem sustentação, apesar das últimas altas do petróleo e da gasolina (dois aumentos em maio), a Enersugar começa com a chave só no açúcar.
“Nas contas que fizemos segunda (18), o açúcar está pagando R$ 2,30 equivalente o litro de etanol”, diz Ribeiro do Valle, apesar de que as cotações estão ainda frouxas, abaixo de 11 c/lp.
Outra aposta é a cogeração de energia, apesar do achatamento do consumo.
A empresa, porém, herdou um contrato de 16 mw/hora, conseguiu reativá-lo na Aneel (agência reguladora), e deve gerar, numa conta simples, em torno de R$ 400 milhões por cinco anos.
A unidade de Ibirarema, no Sudoeste paulista, que está absorvendo na reforma R$ 100 milhões em recursos dos acionistas e de bancos, também reviu o volume de cana a ser moída na primeira safra. Ou meia primeira safra.
Da capacidade de 2 milhões dia, vai moer em torno de 700 mil toneladas apenas, sendo que os sócio participarão com 300 mil/t. “Já estávamos conservadores antes, quando imaginávamos poder contar entre 900 a 1,2 milhão/t”, acrescenta o gestor, ex-presidente da Associação dos Fornecedores e Plantadores de Cana da Média Sorocabana (Assocana), de Assis e adjacências.
Por isso que começa um trabalho se incentivo ao plantio de cana junto aos produtores, em sintonia com o avanço da soja, que já é comum na região. E quanto mais soja, significa aumento da renovação dos canaviais.