Nova Futura: Um olho no Fed e outro na urna
As atenções dos investidores em todo o mundo nesta quarta-feira estão voltadas para o desfecho da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), enquanto no Brasil o foco segue nas eleições, cujo primeiro turno ocorre em 11 dias. O mercado começa o dia fazendo a leitura da pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo em São Paulo, que mostra Jair Bolsonaro (PSL) aumentando sua vantagem na liderança e Fernando Haddad (PT) estacionado.
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Esse resultado deve ser visto com bons olhos pelo mercado após o Ibope/Estadão/TV Globo em âmbito nacional ter deixado os investidores nervosos na primeira parte do dia de ontem ao revelar Bolsonaro estagnado e Haddad avançando e ganhando no segundo turno. Uma nova pesquisa de intenção de votos, a CNI/Ibope, será divulgada nesta tarde e no fim do dia tem debate dos presidenciáveis no SBT junto com a Folha de S.Paulo e Uol.
O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) foi internado ontem para passar por um procedimento de cauterização de vasos da próstata no final da tarde em São Paulo, mas deve receber alta hoje e participar do debate, segundo sua assessoria. Já Bolsonaro segue internado e não estará no evento.
Os principais adversários de Bolsonaro buscam estratégias para desgastar a imagem do candidato e aderiram ao movimento #Elenão, liderado por mulheres que são contra a eleição do deputado por causa de suas declarações machistas, homofóbicas, racistas e favoráveis à tortura. Marina Silva (Rede), Haddad e Ciro avaliam participar de atos agendados em cidades de todo o País e no exterior contra Bolsonaro no próximo sábado, dia 29.
O índice de rejeição ao capitão da reserva entre as mulheres chegou a 54% na mais recente pesquisa Ibope – entre os homens este índice é de 37%. O candidato do PSL é réu de uma ação penal por incitação ao estupro. No exterior, os mercados mostram pouca tração antes da decisão do Fed, que deve ser de aumentar em 25 pontos-base a taxa de juros da economia americana, para a faixa entre 2% e 2,25%, segundo as expectativas de 75 instituições financeiras coletadas pelo Broadcast.
Uma nova alta na mesma magnitude é esperada para dezembro. Há expectativa ainda de que o BC americano destaque a força da atividade no país e revise para cima a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, enquanto as previsões para a inflação devem permanecer inalteradas.
No comunicado, o Fed poderá ainda retirar a expressão “acomodatícia” na descrição da política monetária. Há pouco, os futuros de Nova York operavam em alta moderada e as bolsas europeias tinham sinais mistos. Já o dólar caía ante a maioria das moedas de países emergentes e ligadas a commodities. A moeda americana chegou a bater ontem R$ 4,14 nos negócios à vista, mas perdeu força e passou a cair, fechando a R$ 4,06.