Mercados

Nova Futura: Sem sinais de trégua no mercado de câmbio

24 ago 2018, 9:32 - atualizado em 24 ago 2018, 9:32

Por Nova Futura

O dólar segue no radar do investidor nesta sexta-feira, após avançar ainda mais e fechar ontem a R$ 4,1203 no mercado à vista, o terceiro maior valor nominal da história do Plano Real. E nada do Banco Central intervir, mesmo depois de sete altas consecutivas da moeda americana, aumentando o desconforto do mercado. Até porque não há sinais de trégua, a não ser pontual, tanto no cenário local, por causa das eleições, como no internacional, diante da perspectiva de elevação de juros nos Estados Unidos e em meio às incertezas com a situação comercial entre americanos e chineses.

Dirigentes regionais do Federal Reserve sinalizaram ontem, no simpósio do Federal Reserve em Jackson Hole, que há espaço para o BC americano ser firme no aperto monetário. O presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, disse nos bastidores estar “confortável” com mais duas altas de juros neste ano, em setembro e dezembro, totalizando quatro no ano. Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, disse que a expansão da economia dos EUA deve continuar em um ritmo acima da tendência para os próximos trimestres. O destaque hoje é para o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole, e sobre qual sinal poderá dar a respeito da política monetária. Em entrevista divulgada nesta semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, criticou os recentes aumentos de juros do Fed.

Nesta manhã, o dólar recua ante todas as moedas emergentes e ligadas a commodities e o Dollar Index (DXY) também cai, o que pode até possibilitar um alívio momentâneo da alta ante o real. A incerteza eleitoral, no entanto, segue como fator de estresse, após três pesquisas eleitorais divulgadas nesta semana terem mostrado o ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderando com folga para primeiro e segundo turno nos cenários em que aparece, e Jair Bolsonaro (PSL), em segundo.

Na semana que vem começa o horário eleitoral gratuito em cadeia nacional de rádio e TV e a esperança dos mercados locais é de que o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, possa sair da estagnação e avançar na corrida presidencial. O tucano é quem detém a maior fatia do horário eleitoral: 5 minutos e 32 segundos de propaganda. Lula terá 2 minutos e 23 segundos, enquanto Bolsonaro terá oito segundos. As peças dos presidenciáveis serão veiculadas às terças, quintas e sábados – um bloco à tarde e outro à noite, ambos com a mesma duração.

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