Mercados

Nova Futura: Mercado retoma trajetória após boataria

08 ago 2018, 12:45 - atualizado em 08 ago 2018, 12:45

Por Nova Futura

Os mercados vão retomando, ainda que timidamente, a trajetória de otimismo, interrompida abruptamente ontem após a boataria que fez o mercado correr por volta das 14 horas de ontem. O Ibovespa está subindo 100 pontos, o dólar e os juros estão parados. Todos estão aguardando a pesquisa CNT/MDA, que será um “teste” para o mercado avaliar o potencial do candidato do PSDB.

A boataria assustou os agentes porque prometia um resultado ruim para Alckmin aqui em SP. Tudo indica, porém, que essa reação é precipitada. A aliança com o centrão, que dá capilaridade à campanha e assegura o maior tempo de TV, e a designação da vice, que tomará muitos votos de Jair Bolsonaro, só começarão a surtir efeito nas próximas semanas. Sem contar que é improvável que a pesquisa capture o efeito da candidatura Lula de forma cristalizada.

A delação premiada que poderia abalar a campanha de Alckmin foi negada e já desapareceu como assunto da imprensa e não faz mais preço no pregão de hoje.

No mercado local os indicadores de inflação mostraram desaceleração importante e devem confirmar as expectativas do BC e do mercado em relação à volta à trajetória anterior à greve dos caminhoneiros. Após bater 1,26% em junho, caiu para 0,33% no mês, com destaque para os alimentos, que saíram de alta de 2,03% para queda de 0,12%. Somente o item habitação continua exercendo pressão exacerbada sobre a inflação, com alta de 1,54%, após subir 2,48% no mês anterior.

Há alguns destaques para avaliar o comportamento dos preços. Houve preços que subiram em um salto e caíram, sobretudo os alimentos, que têm peso elevado no orçamento médio das famílias pesquisadas pelo IBGE. Há outros, porém, que têm peso nas camadas mais pobres e que não caíram, como é o caso do gás, que acumulou aumento de 16% em doze meses. A gasolina, que afeta as camadas de renda média para cima, subiu 28,34% e foi responsável por 0,51% do aumento de 2,94% no IPCA anual e de 1,31% nos 4,48% do anual. A energia elétrica, tal como os combustíveis, subiu 18,04% e afeta diretamente todas as camadas de renda, com maior impacto nas mais pobres. A inflação acumulada em 12 meses atingiu a meta, chegando a 4,48%, mas os únicos itens a apresentarem persistência são os de energia e combustíveis. Todos os preços livres, praticamos em mercados de concorrência estão acumulando taxas muito mais baixa, como alimentos, 1,40% em doze meses ou vestuário, 1,61% no mesmo período.

Olhando para a inflação determinada pelo mercado concorrencial, vemos que a economia se apresenta tal qual mostrado na ata do copom, com grande folga na utilização dos fatores. A preocupação do BC é de manter contidos os efeitos de segunda ordem dos itens que continuam pressionando a inflação, formados em mercados não competitivos, e que podem estimular os agentes a buscarem recomposição de suas rendas. Contidos esses efeitos, o BC continuara olhando com atenção ao hiato do produto, que deve levar a inflação a convergir para um patamar muito inferior ao atual.

Resultados

Os resultados divulgados hoje foram, uma vez mais, superiores às estimativas do mercado, com destaque para CSN e Gerdau. Eles mostram que o processo de recuperação das vendas está permitindo que as margens se elevem fortemente. Após os ajustes realizados de forma intensa nas empresas durante os trimestres de recessão, os balanços mostram aumentos vigorosos dos indicadores de desempenho. Esse comportamento é sistêmico e deve motivar o mercado a manter a trajetória de alta das ações, descontando as variações nos riscos vindos do processo eleitoral e dos mercados globais.

China

As exportações chinesas subiram acima do esperado, frustrando as expectativas em relação aos impactos das restrições impostas pelos EUA. Apesar dessa boa notícia, a bolsa de Xangai, medida pelo índice Shenzen acumula queda de 15% no ano, ficando no patamar que estava no início de 2016. As bolsas americanas estão devolvendo um pouco de seus ganhos, após encostarem, novamente, em seus topos históricos, como o índice Nasdaq e o S&P500.

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