Nova Futura: Mercado pode ter dia de trégua
Após o nervosismo de ontem nos mercados locais com o fortalecimento da esquerda mostrado pela pesquisa Datafolha, hoje pode haver uma trégua na aversão a risco em reação ao levantamento Ibope de ontem à noite, que mostrou Jair Bolsonaro (PSL) na liderança com 26%, tendo oscilado quatro pontos para cima após a facada que levou durante a campanha em Juiz de Fora (MG) na última quinta-feira.
O segundo lugar tem um empate técnico entre quatro candidatos: Ciro Gomes (PDT) oscilou de 12% para 11% e Marina Silva (Rede) caiu de 12% para 9%, empatando numericamente com Geraldo Alckmin (PSDB), que não se moveu na pesquisa. Fernando Haddad (PT), que foi confirmado ontem como o candidato do PT ao Planalto, oscilou para cima de 6% para 8% no levantamento. Considerando a margem de erro, de dois pontos porcentuais, o petista está empatado tecnicamente com Ciro, Alckmin e Marina.
O Ibope mostrou que o potencial de transferência de votos do ex-presidente Lula para Haddad pode chegar a 38%, sendo que na outra pesquisa do Datafolha era de 49%. Haddad foi oficializado ontem como candidato à Presidência em ato simbólico em frente da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Por meio de uma carta, Lula abençoou o ex-prefeito como seu “poste” na briga pelo Palácio do Planalto, deixando claro que foi ele, de dentro de sua cela, que indicou Haddad como seu substituto.
A próxima pesquisa de grande porte a sair será a Datafolha, que deve ser divulgada na próxima sexta-feira. Diante da incerteza sobre o segundo turno, os próximos 25 dias até o primeiro turno prometem ser de muita volatilidade nos mercados locais. Ontem o Ibovespa caiu 2,33% e o dólar à vista avançou 1,77%, para R$ 4,15.
Os juros futuros também subiram, mas a curva de juro precificava ontem à tarde 67% de chance de manutenção da Selic em 6,50% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima semana. No exterior, predomina o sinal positivo nas bolsas, mas o fôlego é limitado ainda pelas incertezas com o comércio global, visto que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda não cumpriu a promessa de impor mais tarifas ao produtos chineses.