Mercados

Nova Futura: Mercado está mais arisco

14 set 2018, 9:30 - atualizado em 14 set 2018, 9:31

Os mercados locais devem ficar em compasso de espera nesta sexta-feira pela pesquisa Datafolha, que só será publicada à noite e a reação do investidor virá na segunda-feira. O levantamento trará o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) como candidato a Presidência da República no lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Além de captar a capacidade de transferência de Lula para Haddad, a sondagem deve mostrar melhor o desempenho de Jair Bolsonaro (PSL) após o ataque da semana passada. Também irá mostrar o efeito de quase 15 dias de horário eleitoral gratuito em cadeia de rádio e TV para os presidenciáveis.

Outro ponto a ser observado é quem irá se destacar para o segundo lugar: Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) ou Haddad. No último Datafolha, revelado na segunda-feira, foi mostrado que a rejeição a Bolsonaro cresceu de 39% para 43% e que o candidato do PSL perderia num 2º turno para Ciro, Alckmin, Marina e empataria com Haddad. Também mostrou que 33% dos eleitores votariam com certeza num candidato indicado por Lula e 39% já identificavam Haddad como seu provável substituto.

Apesar do ambiente positivo hoje no exterior, com a maioria das bolsas em alta, no Brasil o cenário eleitoral pode manter a postura mais defensiva do investidor, o que pode seguir pressionando o dólar ante o real, que ontem fechou em alta de 1,17%, a R$ 4,1998 no mercado à vista, o maior valor nominal (sem contar a inflação) desde a implementação do Plano Real, em 1994. Já o dólar futuro para outubro fechou cotado em R$ 4,2140, em alta de 1,08%. E, por enquanto, o Banco Central não voltou a atuar no câmbio, sendo que a última intervenção foi em 31 de agosto, com leilões de linha.

Eleições

O mercado tem se mostrado mais arisco nos últimos dias diante da percepção de que o estado de saúde de Bolsonaro, que passou anteontem por nova cirurgia de emergência e que tem aparecido na liderança depois que Lula, é frágil. Além disso, seu candidato a vice, o general Hamilton Mourão (PRTB) tem gerado ruídos e alguns profissionais do mercado financeiro avaliam que a campanha de Bolsonaro parece desarticulada.

Ontem, Mourão disse aguardar uma decisão “somente de Bolsonaro” sobre a hipótese de substituí-lo nos debates. O PRTB diz que vai consultar ao TSE, mas, como está coligado, precisa da concordância do PSL. Mourão defendeu ontem que o Brasil precisa de uma nova Constituição elaborada por “notáveis” e aprovada em plebiscito pela população, sem a eleição de uma Assembleia Constituinte.

Para Mourão, a elaboração da última Constituição brasileira, de 1988, por parlamentares eleitos, “foi um erro”. Fora a política, o investidor local aguarda, na semana que vem, pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e a expectativa do mercado é de manutenção da Selic em 6,50% ao ano, reforçada na semana passada pela deflação de 0,09% do IPCA de agosto.

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