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Nova Futura: Mercado está em dúvida sobre agenda econômica de Bolsonaro

11 out 2018, 8:59 - atualizado em 11 out 2018, 8:59

Por Nova Futura

Em véspera de feriado nacional, a persistente aversão ao risco no exterior nesta manhã pode voltar a contaminar os mercados locais, trazendo volatilidade e limitando uma reação positiva dos investidores ao favoritismo de Jair Bolsonaro (PSL) mostrado pela primeira pesquisa Datafolha do segundo turno, divulgada ontem à noite.

O capitão reformado obteve larga vantagem de 16 pontos ante seu adversário Fernando Haddad (PT) – com 58% dos votos válidos contra 42%. A sondagem pode reforçar a percepção entre investidores e analistas financeiros de que a eleição de Bolsonaro pode estar bem encaminhada.

Mas os ativos locais podem ser contaminados ainda pelas dúvidas que vem surgindo em relação à agenda liberal do presidenciável do PSL, após a mudança de tom no discurso dele sobre privatizações e reformas. Bolsonaro defende um processo de reforma da Previdência mais moderado do que o esperado e já sinalizou ser contrário às privatizações do setor elétrico e de bancos estatais, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, além de indicar restrições à venda de ativos da Petrobras e defender a adoção de 13º salário a beneficiários do bolsa família para atrair votos sobretudo no Nordeste do País, região onde ele perdeu para seu adversário no primeiro turno.

Ontem à noite, Bolsonaro afirmou em entrevista à RecordTV que o economista Paulo Guedes, que o assessora, tem carta branca para formular propostas, mas que somente “bate o martelo” depois de falar com ele. Guedes está sendo investigado pelo Ministério Público, mas Bolsonaro quer conduzi-lo ao Ministério da Fazenda, se for eleito, e pediu medidas no sentido de ter um “dólar compatível e uma taxa juros menor possível”.

Para isso, o seu time econômico da campanha prepara estudo detalhado para medidas de estímulo ao mercado de capitais e desoneração dos investimentos no setor produtivo. O diagnóstico é de que é preciso criar condições para o mercado deslanchar num ambiente econômico em que há espaço para uma queda maior das taxas de juros de longo prazo rapidamente. Os investidores agora devem monitorar as próximas pesquisas e propostas econômicas, enquanto esperam até o dia 18 para saber se Bolsonaro terá liberação de seus médicos para ir a debates antes da votação do segundo turno.

No exterior, as bolsas asiáticas tiveram perdas robustas depois dos tombos em Nova York ontem e as principais europeias recuavam há pouco quase 2% em meio a receios de aperto monetário mais rigoroso nos EUA, além de maiores tensões comerciais entre EUA e China e perspectivas de expansão econômica global mais fraca.

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