Nova Futura: Mercado deve se animar com Ibope
A subida de Jair Bolsonaro (PSL) e a estabilidade de Fernando Haddad (PT) na pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo, divulgada ontem à noite, devem injetar ânimo nos mercados locais, favorecendo, por exemplo, uma recuperação da Bolsa, que ontem fechou em baixa refletindo a cautela dos investidores antes do levantamento. No dólar e nos juros, a influência seria para baixo.
Ibope: Bolsonaro sobe a 31% e amplia distância para Haddad
No Ibope, Bolsonaro cresceu mais entre as mulheres (de 18% para 24%) que entre os homens (de 36% para 39%), com parte da pesquisa feita após os protestos convocados por mulheres contra o candidato, porém, que a rejeição ao capitão continua concentrada no público feminino: 51% das entrevistadas não votariam nele de jeito nenhum.
Ainda, na simulação de segundo turno, ambos empatam numericamente, com 42%. O crescimento da rejeição de Haddad também pode apoiar a melhora de humor. Ao mesmo tempo, os investidores avaliam afirmação da S&P segundo a qual Bolsonaro representa risco maior que Haddad. Segundo Joydeep Mukherji, analista de ratings soberanos da agência para a América Latina, “o candidato do PT não é um outsider, mas Jair Bolsonaro é, o que aumenta o risco de incoerência ou de atrasos em ter as coisas feitas depois das eleições”, conforme publicado pela imprensa.
A afirmação foi feita ontem em seminário online. Os possíveis efeitos positivos do Ibope nos preços dos ativos podem ser limitados em boa medida pelo exterior, onde predomina a aversão a risco. As bolsas europeias e os futuros de Nova York recuam, enquanto o dólar tem alta generalizada, em meio às incertezas envolvendo o déficit fiscal da Itália e suas implicações para a União Europeia.
Comentários de líderes políticos na Itália ampliaram o desconforto. Em Milão, as ações do setor bancário caem em bloco, e o principal índice de ações marcou a menor pontuação intraday em 17 meses. O euro fez a mínima a US$ 1,1505, enquanto o juro do bônus de 10 anos do governo da Itália (BTP) subia mais de 3,4% mais cedo.
