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Nova Futura: Investidores devem monitorar os apoios e alianças partidárias

09 out 2018, 8:39 - atualizado em 09 out 2018, 8:39

Por Nova Futura

A eleição presidencial segue no foco dos investidores, mas os ajustes dos ativos financeiros podem ser mais moderados depois da euforia nos mercados ontem após a larga vantagem do candidato Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno e a perspectiva de que ele poderá ter amplo apoio no Congresso, caso seja eleito, para conduzir reformas e privatizações.

Nesta manhã, os índices de fundos (ETF) brasileiros na Europa são negociados sem muita força, com alguns deles ainda apresentando leves altas e outros operando em território negativo, depois do grande avanço de ontem, que levou alguns papéis a registrarem alta de dois dígitos ao longo do pregão.

Enquanto aguardam Pesquisa Datafolha, a primeira da corrida ao segundo turno, a ser divulgada amanhã, e os debates na tevê, que começam nesta quinta-feira na Rede Bandeirantes, os investidores devem monitorar os apoios e alianças de partidos com os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), seus programas econômicos e o cenário para o avanço das reformas.

Os dois concederam a primeira entrevista ontem à noite ao Jornal Nacional, da tevê Globo, na qual assumiram compromisso público com a democracia, mas não falaram se encaminharão a reforma da Previdência, considerada essencial pelo FMI e os especialistas para a estabilidade das contas públicas no longo prazo.

Bolsonaro disse que pretende unir o País, se for o escolhido ao Planalto e será um “escravo da Constituição”. Acenou ao eleitor do Nordeste que não vai acabar com o Bolsa Família, não pretende recriar a CPMF e prometeu isentar de pagamento de Imposto de Renda quem ganha até cinco salários mínimos.

Esta foi também uma das promessas apresentadas por Haddad no telejornal. O petista desautorizou José Dirceu nas declarações sobre “tomar o poder”, descartou realizar uma nova Constituinte e disse que seu eventual governo irá apostar em reformas, mas por meio de emendas constitucionais.

Nesse sentido, destacou três objetivos: reforma tributária, bancária e fim do congelamento de gastos, o teto aprovado pelo governo de Michel Temer. Diante da espera, o humor nas mesas de operação pode ser influenciado ainda pelo novo avanço dos juros dos Treasuries nesta manhã em meio à economia forte e perspectiva de alta mais acelerada do juro pelo Federal Reserve em 2019.

As incertezas geradas pelas disputas comerciais entre os EUA e a China, que pressionam os mercados de países emergentes, e preocupações fiscais com a Itália também tendem a pesar. Nesta manhã, o euro bateu mínimas em relação ao dólar, em meio ao avanço do juro do bônus de 10 anos da Itália, o BTP. Investidores seguem cautelosos com o risco de rebaixamento no rating soberano do país. Ontem à noite, o FMI cortou suas projeções para o crescimento da economia global e do Brasil citando efeitos dessas disputas comerciais.

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