Nova Futura: Corrida presidencial não sai do radar
Esta terça-feira é mais um dia de exterior positivo para ajudar os negócios domésticos, em dia de agenda esvaziada. Desta vez o bom humor se deve ao acordo bilateral fechado ontem entre Estados Unidos e México, após meses de negociações sobre o futuro do Tratado Norte Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês). Esse acordo deve durar 16 anos e ser revisado a cada seis.
Agora a expectativa é de que o Canadá também integre o pacto. A notícia traz a esperança de melhora na conflituosa relação comercial entre EUA e China. Graças ao entendimento entre os dois países norte-americanos, o S&P 500 e o Nasdaq renovaram máximas históricas de fechamento em Nova York ontem e hoje os futuros em Wall Street seguem mostrando sinal de alta, assim como a maior parte das bolsas europeias.
Já o dólar opera em baixa ante a maioria das rivais e moedas emergentes, o que deve sustentar alívio no câmbio brasileiro. Após bater R$ 4,12 na semana passada no mercado à vista, o dólar fechou ontem cotado a R$ 4,08. O Ibovespa, por sua vez, avançou 2,19%, em meio também à ausência de notícias indigestas sobre as eleições, que conduziram o mau humor local na semana passada.
Mas a corrida presidencial não sai do radar e hoje o mercado deve acompanhar a entrevista do candidato Jair Bolsonaro (PSL) no Jornal Nacional, da TV Globo. Hoje, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá se o deputado federal se tornará réu ou não pelas acusações de ofensas contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs.
O mercado também pode reagir à notícia de que o Ministério Público de São Paulo moveu uma ação de improbidade administrativa contra o ex-prefeito de São Paulo e vice na chapa de Lula, Fernando Haddad (PT), na qual pede a condenação do petista por enriquecimento ilícito. O MP sustenta que Haddad “tinha pleno domínio” sobre o pagamento, pela UTC Engenharia, de uma dívida de R$ 2,6 milhões da campanha de 2012 à Prefeitura com recursos de caixa 2.
No foco do investidor está também o líder em todas as pesquisas de intenções de voto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso desde abril em Curitiba. Ontem o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou para a pauta do plenário virtual o recurso de Lula contra decisão que negou seu pedido de liberdade preventiva em abril. O caso será julgado entre os dias 7 a 13 de setembro. No plenário virtual, a análise do pedido é feita eletronicamente pelos 11 ministros da Corte. Como o acesso ao ambiente de julgamento é remoto, a apresentação dos votos pode ocorrer a qualquer momento dentro do prazo. Pelas regras, Fachin é o primeiro a apresentar o voto.