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Nova Futura: Cautela deve permanecer após o Ibope

25 set 2018, 8:36 - atualizado em 25 set 2018, 8:36

Por Nova Futura

Os números da pesquisa Ibope orientam os negócios no mercado doméstico, que também avalia a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e monitora o exterior. Encomendado pelo Estadão e TV Globo, o levantamento mostrou que o líder na disputa pela Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), parou de crescer e se manteve com 28% das intenções de voto.

Já seu principal adversário, Fernando Haddad (PT), subiu mais três pontos porcentuais e chegou a 22%. Desde que foi oficializado como candidato do PT, a vantagem de Bolsonaro sobre Haddad caiu de 18 pontos porcentuais para 6 e o petista é agora o único presidenciável que apresenta tendência de alta em toda a série do Ibope desde 20 de agosto.

O investidor avalia ainda os cenários de segundo turno. Se fosse hoje, Haddad venceria Bolsonaro por 43% a 37%. É a primeira vez que o candidato do PT fica à frente do presidenciável do PSL nesse tipo de simulação desde que foi confirmado como cabeça de chapa do PT. Bolsonaro também perderia para Ciro Gomes (PDT), por 46% a 35%, e Geraldo Alckmin (PSDB), por 41% a 36%.

E ficaria tecnicamente empatado com Marina Silva (Rede), por 39% a 39%. Quanto à rejeição, a de Bolsonaro passou de 42% para 46%, enquanto a de Haddad, de 29% a 30%. Nos ativos, a reação ontem à noite do EWZ, principal fundo de índice brasileiro (ETF, na sigla em inglês) em Nova York, em queda de quase 1% após a divulgação do Ibope, sinaliza manutenção da cautela nas mesas de operação, sentimento que já fora visto antes do fechamento do mercado local, quando o investidor antecipou a chance de um resultado desfavorável a Bolsonaro no levantamento.

O dia também começa com atenção na ata do Copom, que deve reforçar o tom do comunicado do encontro da semana passada. Analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast esperam que o texto dê mais informações a respeito do cenário para a inflação, em meio à escalada do dólar, mas continue reforçando a ideia de que deixará a porta aberta para a Selic começar a subir de forma gradual em caso de piora no balanço de riscos. A percepção é de que o BC seguirá sem se comprometer a poucos dias do primeiro turno da eleição.

No mercado internacional, as bolsas encontraram fôlego para uma recuperação moderada. A alta é contida pelas preocupações com a disputa comercial dos Estados Unidos com a China e o mercado espera ainda pela decisão de política monetária do Federal Reserve, amanhã, acompanhada de projeções econômicas. O petróleo estende os ganhos da véspera, ainda puxado pela decisão de produtores de não elevar a produção da commodity no fim de semana – o Brent para novembro rondava US$ 82 nesta manhã, após já ter fechado ontem no maior nível desde 2014.

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