Nova favorita do Santander, Vivo (VIVT3) deve presentear acionistas com bons dividendos em 2023; e a Tim (TIMS3)?
O Santander está com uma nova ação favorita no setor de telecomunicações. A Vivo (VIVT3) virou a top pick do banco, com recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) e preço-alvo atualizado de R$ 55 por ação (contra R$ 52 anteriormente).
Após entregar números fortes no primeiro trimestre, a Vivo deve seguir com um momentum operacional sólido ao longo de 2023, com fortes tendências subjacentes para todas as linhas de negócio, avalia a instituição.
“No segmento móvel, a combinação de adições líquidas robustas com uma dinâmica de precificação saudável deve fazer a Vivo crescer significativamente acima da inflação”, comentam Felipe Cheng e Cesar Davanco, em relatório publicado nesta semana.
“Tendências subjacentes robustas também estão presentes no negócio de telefonia fixa, uma vez que o segmento deve continuar entregando um bom crescimento em FTTH (Fiber to the Home, ou Fibra Para o Lar, em português), forte performance no segmento B2B e uma menor relevância das receitas legadas dentro do mix geral”, acrescentam.
Os analistas acrescentam que a Vivo conta com o dividend yield (rendimento do dividendo) mais alto dentro do setor, de cerca de 9% para este ano. 2023 deve ser um bom ano para a operadora em termos de expansão de fluxo de caixa, considerando que ela pode mostrar expansão de margem Ebitda e declínio de capex (investimentos).
Na avaliação do Santander, o aumento da margem Ebitda e um capex menor pode permitir que a Vivo entregue um yield de fluxo de caixa livre robusto de aproximadamente 12%.
“Assumindo que o pedido da Vivo para uma redução de capital seja aprovado, acreditamos que boa parte da geração de caixa pode ser distribuída aos acionistas”, dizem Cheng e Davanco.
Tim não vale mais a pena?
Apesar de Tim não ser mais a top pick do Santander, a recomendação de “outperform” segue intacta, com preço-alvo de R$ 17. O banco acredita que o aumento nos preços continuará sendo a principal razão do crescimento da empresa nos próximos trimestres, visto que a operadora sinalizou que não mudará sua estratégia de upsell/cross-sell.
Como a Vivo, a Tim deve aproveitar um forte ano de geração de caixa, sob expectativa de margem Ebitda crescente e queda do capex.
A perda de participação de mercado no segmento móvel é o principal risco de downside (queda) para as estimativas. A Tim tem reportado números fracos de adições líquidas desde a aquisição da Oi Móvel, destacam os analistas.