Delação da JBS

Nova crise pode prejudicar andamento das reformas, diz Arko; Ações derretem em NY

17 maio 2017, 23:58 - atualizado em 05 nov 2017, 14:04

A “bomba atômica” da delação da JBS que revela detalhes sórdidos de uma gravação do presidente Michel Temer dá aval para a compra do silêncio de Eduardo Cunha, já preso, pode redirecionar o foco da coordenação política, hoje nas reformas, para lidar com as repercussões acerca da nova crise política, avalia a Arko Advice.

Leia também: O que fazer em meio ao pânico do mercado com a nova crise política? 

“Ainda é cedo, mas a gravidade da informação pode abalar todo o ambiente a ponto de prejudicar o andamento das reformas. Reformas complexas precisam sempre de uma coordenação detalhada do Palácio”, disse o diretor de estratégia da consultoria Thiago de Aragão em uma entrevista ao Money Times.

Um trecho da reportagem deixa claro o escândalo que pode mudar tudo na capital federal.

“Diante de Joesley, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Posteriormente, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”.”

Aragão ressalta que, com o foco do Palácio em cima de uma crise dessas, “o apoio sobre as reformas é prejudicado”.

Reação

As ações de empresas negociadas em Nova York (ADRs – American Depositary Receipts) derretem nas negociações pós-mercado (after hours). Há instantes (21h15), os papéis que representam as ações da Petrobras, recuavam 11%, para US$ 9,15. Isso tudo depois de já terem recuado 1,53% durante o pregão normal. A Vale despenca 7% e o Itaú 7,4%.