Internacional

Nova chefe do FMI alerta para “desaceleração sincronizada” do crescimento global

08 out 2019, 12:23 - atualizado em 08 out 2019, 12:23
Georgieva apresentou uma nova pesquisa do FMI, revelando que o efeito cumulativo das guerras comerciais pode significar uma redução de US$ 700 bilhões na produção global até 2020 (Imagem: Reuters/Yuri Gripas)

A nova diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, deu um alerta severo sobre a situação do crescimento global nesta terça-feira, dizendo que os conflitos comerciais causaram uma “desaceleração sincronizada” e precisam ser resolvidos.

Em seu discurso inaugural após assumir a liderança do fundo em 1º de outubro, Georgieva apresentou uma nova pesquisa do FMI mostrando que o efeito cumulativo dos conflitos comerciais pode significar uma redução de 700 bilhões de dólares na produção global até 2020, ou cerca de 0,8%.

A pesquisa leva em consideração os aumentos de tarifas anunciados e planejados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as importações chinesas restantes, ou cerca de 300 bilhões de dólares em mercadorias. Grande parte das perdas no PIB global virá de um declínio na confiança empresarial e reações negativas do mercado, disse ela.

“Em 2019, esperamos um crescimento mais lento em quase 90% do mundo. A economia global está agora em desaceleração sincronizada. Isso significa que o crescimento neste ano cairá para a sua taxa mais baixa desde o início da década”, disse Georgieva.

A economista búlgara, ex-autoridade da União Europeia que já ocupou segunda liderança no Banco Mundial, disse que o comércio “quase estagnou”.

Ela alertou que fraturas no comércio podem levar a mudanças que duram toda uma geração, incluindo “rompimentos nas cadeias de suprimentos, setores comerciais isolados, um ‘Muro de Berlim digital’ que força os países a escolherem entre sistemas de tecnologia”.

Ao pedir aos países que trabalhem juntos para revisar as regras comerciais globais para torná-las sustentáveis, ela mencionou queixas frequentes sobre as práticas comerciais da China, sem nomear o país especificamente.

“Isso significa lidar com subsídios, bem como direitos de propriedade intelectual e transferências de tecnologia”, disse ela, acrescentando que um sistema de comércio modernizado destravaria o potencial de serviços e e-commerce.

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