Nova Caledônia acerta novos termos para venda de mina de níquel da Vale
Partidos políticos de Nova Caledônia chegaram a acordo nesta quinta-feira sobre novos termos para a venda do negócio local de níquel da Vale (VALE3), o que inclui uma proposta para que o território francês mantenha fatia majoritária no ativo, em uma tentativa de resolver disputas em torno dos planos de desinvestimento da mineradora brasileira.
A decisão da Vale no ano passado de vender sua operação de mineração e processamento de níquel no território francês no Pacífico, para um consórcio incluindo a trading suíça Trafigura, recebeu forte oposição de grupos que lutam por independência.
Violentos protestos levaram a Vale a fechar as instalações em dezembro.
Pelo acordo desta quinta-feira, líderes tanto de partidos pró-independência quanto de alinhados aos legalistas propuseram que uma fatia de 51% nas operações da Vale fique sob propriedade de autoridades de províncias de Nova Caledônia e outras entidades locais.
A Trafigura teria 19% no ativo, menos que os 25% planejados no negócio inicial com a Vale sobre a venda.
Um comunicado divulgado por partidos políticos de Nova Caledônia também mencionou uma “parceria técnica e industrial” com a Tesla (TSLA), sob a qual a fabricante de carros elétricos poderia obter matérias-primas para baterias.
A Trafigura recebeu bem o acordo.
“Estamos ansiosos para retomar as operações e para a conclusão final da transação o mais rápido possível”, disse um porta-voz da Trafigura.
Vale e Tesla não responderam de imediato a pedidos de comentário.
Nova Caledônia é a quarta maior produtora de níquel do mundo, atrás de Indonésia, Filipinas e Rússia.
A demanda por níquel, utilizado na fabricação de aço inoxidável, deve crescer rapidamente devido à demanda por baterias para veículos elétricos.