NotreDame: esqueça os resultados ruins do 2º tri e foque na fusão bilionária com a Hapvida
A NotreDame Intermédica (GNDI3) reportou números fracos, piores que o previsto por analistas, ainda impactada pela segunda onda da Covid, que levou a mais internações e mortes que a primeira, e o aumento de exames eletivos e mais caros.
A companhia reverteu o lucro de R$ 223,4 milhões do ano passado e teve prejuízo de R$ 48 milhões.
Em termos ajustados, a empresa passou do lucro de R$ 303,9 milhões para prejuízo de R$ 9,9 milhões.
Na visão da XP, a NotreDame entregou resultados ruins, marcados pela alta sinistralidade, 18 pontos acima do ano passado, que compensou o crescimento da receita, que saltou 22,7%, a R$ 3,2 bilhões.
O total de beneficiários subiu para 4,3 milhões, adição líquida de 655 mil.
Já a sinistralidade do caixa atingiu 82,7%, elevação de 18 pontos percentuais em relação ao ano anterior e quatro pontos percentuais acima do primeiro trimestre.
A expansão na cifra foi provocada pelo:
- maior custo relacionado aos tratamentos da Covid-19;
- maior número de procedimentos/tratamentos eletivos;
Apesar disso, a XP afirma que essa piora é passageira e não estrutural.
“Acreditamos que a empresa deve continuar crescendo organicamente e deve ser capaz de reduzir estruturalmente a sinistralidade uma vez que o impacto da Covid e de procedimentos eletivos deve reduzir e a sinistralidade dos ativos recém adquiridos deve convergir para os níveis históricos do NotreDame”, completam os analistas Vitor Pini e Matheus Soares.
A visão é compartilhada pelo Safra. O banco lembra que à medida que a vacinação avança, já é observada uma queda acentuada nas hospitalizações, “o que deve fazer o MLR (margem de lucro real) convergir para níveis históricos nos próximos trimestres”.
“Há uma tendência cada vez mais presente de retorno gradual dos comportamentos pré-pandemia, que inclui uma pressão pelo retorno de procedimentos médicos de rotina e eletivos que ocorrem simultaneamente aos custos associados aos tratamentos da pandemia do Covid-19, que ainda impõe uma sobrecarga de custo significativa em todo o setor”, explicou a empresa no relatório.
Fusão com Hapvida
Para os analistas, os investidores devem observar a fusão com a Hapvida (HAPV3), que criará uma gigante e tem potencial para impulsionar os preços das ações. No ano, o papel da NotreDame acumula queda de 18%.
“Vemos o fraco desempenho nos últimos trimestres como não recorrente e esperamos que o crescimento dos lucros recupere o ímpeto nos próximos trimestres, além do potencial de longo prazo decorrente da fusão”, completa.
O banco tem recomendação outperform, ou seja, acima da média do mercado para a NotreDame, com preço-alvo de R$ 113, potencial de alta de 47%.
A XP também manteve a recomendação de compra e preço-alvo de R$ 110.