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Norueguesa Hydro Rein busca acordos com indústria para renováveis no Brasil, mira aquisições

21 jul 2022, 17:05 - atualizado em 21 jul 2022, 17:05
Energia Solar
Além do Brasil, a Hydro Rein tem operações na Europa, principalmente nos países nórdicos, onde também trabalha com soluções “atrás do medidor”, como armazenamento de energia e eficiência energética (Imagem: Unsplash/@publicpowerorg)

Recém-chegada ao Brasil, a norueguesa Hydro Rein já acumula no portfólio três grandes projetos de geração de energia solar e eólica e está negociando novos acordos para começar a fornecer energia para grandes indústrias, que intensificaram a busca por fontes renováveis em meio à transição energética, disse à Reuters uma executiva da empresa.

O braço de renováveis da Hydro, uma das maiores produtoras de alumínio do mundo, estreou no Brasil neste ano com uma sequência de anúncios de grandes empreendimentos, em joint ventures com Equinor, Green Investment Group (GIG), da Macquarie, e Atlas Renewable Energy, da gestora Actis.

Juntos, os projetos somam 1,5 bilhão de dólares em investimentos e cerca de 1,5 GW em capacidade instalada de usinas solares e eólicas que serão construídas em Estados do Nordeste e em Minas Gerais.

Os três complexos fornecerão energia para o consumo das operações industriais da Hydro–a refinaria de alumínio Alunorte, a mina de bauxita de Paragominas e a Albras –, mas a proposta do grupo é ampliar sua atuação no mercado, disse à Reuters a head da Hydro Rein para o Brasil, Marcela Jacob.

“Já faz parte da nossa estratégia suportar as plantas da Hydro na transição para o baixo carbono, mas não queremos nos limitar a isso. Nosso plano de expansão vai além, focado em consumidores industriais, cujas necessidades nós entendemos.”

É comum que grandes consumidores eletrointensivos possuam seu próprio fornecimento de energia, às vezes até mesmo no site industrial, para que não precisem depender da geração de terceiros.

Na visão de Jacob, o fato de o grupo também ser um grande consumidor é uma vantagem na hora de negociar contratos de energia com outras indústrias, já que ele entende as demandas específicas de suprimento elétrico ao segmento.

“Já começamos a entrar em algumas licitações de clientes industriais… Temos focados bastante nossas negociações na autoprodução, em contratos de longo prazo e moeda em dólar”, disse.

Segundo a executiva, a recente permissão legal para a indexação dos contratos de energia a moedas estrangeiras foi fundamental para que a Hydro Rein deslanchasse seus negócios no Brasil –os três projetos da companhia possuem contratos em dólar.

Uma lei sancionada na virada do ano instituiu novas regras cambiais permitindo que contratos celebrados entre concessionárias de infraestrutura e multinacionais exportadoras sejam pagos em moeda estrangeira.

“Desenvolvemos um produto muito robusto para o contrato em dólar, não é um produto simples… Temos muita experiência, porque já desenvolvemos projetos em outras moedas na Europa, trouxemos essa experiência ao Brasil. E é uma demanda reprimida”.

Do lado de aquisições, ela afirma que o grupo analisa potenciais compras de projetos em diferentes estágios, até mesmo operacionais. No entanto, a preferência é por projetos em fases mais iniciais, nas quais a companhia consegue garantir elevados padrões “ESG” (sociais, ambientais e de governança).

No futuro, a Hydro Rein também vê espaço para desenvolver projetos de hidrogênio verde no Brasil junto à Hydro Havrand, unidade criada pelo grupo norueguês especificamente para estruturar projetos do combustível renovável.

“Esse mercado é muito importante, vemos um grande potencial… Eles (Havrand) estão olhando para o Brasil. Entre as prioridades, os negócios que a Hydro vê e fazem sentido no Brasil e no mundo, está o hidrogênio verde.”

Além do Brasil, a Hydro Rein tem operações na Europa, principalmente nos países nórdicos, onde também trabalha com soluções “atrás do medidor”, como armazenamento de energia e eficiência energética.

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