Norte do Mato Grosso terá novo frigorífico em 2020 e disputa pelo boi será maior em 400 kms
A partir de setembro de 2020 a região Norte do Mato Grosso terá mais um concorrente comprando boi. O Frigorífico Boa Carne deverá entrar em operação e o JBS não estará mais praticamente sozinho. A nova planta, que começou a ser erguida este mês em Colider, terá condições de buscar animais num raio de 400 kms para suprir a capacidade registrada de 720 abates diários.
A expectativa dos proprietários do novo empreendimento no estado brasileiro onde a @ é mais pressionada – e mais ainda na região da futura planta – pelo excesso de oferta, é de criar um relacionamento diferenciado e transparente na relação comercial com os futuros fornecedores. Mesmo porque, Ovaldir Barris Mançano e o sócio são pecuaristas e esperaram exatamente um ano para conseguirem todas as licenças ambientais requeridas.
Hoje, por exemplo, o estado está saindo da entressafra , as chuvas estão voltando, os pastos vão começar a encorpar, e os preços pouco andaram para cima. Na faixa de R$ 144,00, com 30 dias. Apesar de que boi de capim ainda vá demorar mais um pouco, “os confinamentos diminuem muito a entressafra”, segundo Mançano.
A nova empresa também terá o seu. A garantia de animais para indústria também ajudará a valorizar o boi magro, pois o empresário avisa que montará um confinamento.
Atualmente, o JBS de Colider tem baixa capacidade, na faixa de 500 animais/dia. O de Alta Floresta, 200 a mais, mas não está abatendo na totalidade de capacidade. O Redentor, de Guarantã, há informações de que está fechando. E o Frialto, de Matupá, também mata só 500 bois.
Portanto, a nova planta vai oxigenar mais o mercado. “Vamos buscar bois até perto de São José do Xingu”, conta Ovaldir Mançano, fazendo menção ao Nordeste do Mato Grosso, outra região complicada para os pecuaristas, que só contam com uma planta – e do JBS – em Confresa.
O Boa Carne sairá do chão, em planta “moderníssima, com todos os aspectos técnicos exigidos, e inclusive com sala de desossa”, orçado entre R$ 60 e R$ 70 milhões, bancados com recursos próprios.
Daí que a indústria não deverá ter problema para conseguir ser habilitada para exportação. “Naturalmente que vamos começar dependendo apenas do mercado interno, que a gente espera que melhore até lá, mas vamos pedir inspeção de importadores e temos certeza que as habilitações não demorarão a sair”, completa o empresário.