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Nodre Dame vê aceleração em oportunidades de aquisições em crise de Covid-19

07 maio 2020, 15:45 - atualizado em 07 maio 2020, 15:45
Coronavírus
A epidemia reduziu em cerca de 60% o número de exames realizados em hospitais e laboratórios e tem diminuído a demanda em parte dos hospitais privados (Imagem: REUTERS/Diego Vara)

A Notre Dame Intermédica (GNDI3) está vendo espaço para acelerar atividade de fusões e aquisições, se aproveitando de preços de ativos como hospitais privados menores diante da pandemia de Covid-19, afirmaram executivos da operadora de planos de saúde nesta quinta-feira.

A epidemia reduziu em cerca de 60% o número de exames realizados em hospitais e laboratórios e tem diminuído a demanda em parte dos hospitais privados uma vez que os potenciais pacientes estão preferindo adiar consultas e procedimentos médicos diante do receio de serem contaminados com o novo coronavírus.

“Obviamente tem impacto no ‘valuation’ por que estes hospitais têm performances econômicas piores em função do esvaziamento”, afirmou o presidente-executivo da Intermédica, Irlau Machado Filho, durante teleconferência com analistas do setor. Ele não citou detalhes, mas afirmou “que tem hospital privado com 35% de ocupação” de leitos apenas.

A Intermédica divulgou na noite da véspera que encerrou o primeiro trimestre com alta de 56% no lucro líquido sobre o mesmo período do ano passado, guiado crescimento de quase 32% no número de segurados. As ações da companhia subiam 4,5% nesta tarde, enquanto o Ibovespa mostrava baixa de 0,6%.

“Aceleramos as visitas (a potenciais ativos a serem adquiridos). Identificamos 10 alvos na região Sul”, disse Machado Filho.

Questionado sobre os riscos que a chamada Fila Única que está sendo estudada pelo Ministério da Saúde, que passaria a administrar leitos de hospitais privados sob pretexto de desafogar o Sistema Único de Saúde (SUS) de pacientes contaminados por Covid-19, o executivo foi enfático:

“Eu acho que o setor privado é mais preparado para administrar fila do que o governo. Isso (Fila Única) seria um desserviço e desbalanceamento de recursos. Não vejo benefício neste sentido”, disse o presidente da Intermédica. A companhia tinha ao final de março, cerca de 2,7 mil leitos hospitalares, concentrados principalmente na região Sudeste, e 6,13 milhões de beneficiários.

Segundo o diretor financeiro, Marcelo Marques Moreira Filho, a Intermédica não registrou impactos relevantes de custos no primeiro trimestre por conta da epidemia de Covid-19 (Imagem: Equipe Money Times)

“O número de leitos rende mais na rede privada porque você vai dando alta e só coloca para dentro o que de fato precisa ser internado”, disse Machado Filho.

Segundo o diretor financeiro, Marcelo Marques Moreira Filho, a Intermédica não registrou impactos relevantes de custos no primeiro trimestre por conta da epidemia de Covid-19, apesar de ter se preparado desde janeiro com a compra de material de proteção para funcionários e equipamentos como respiradores pulmonares adicionais.

Moreira Filho acrescentou que a empresa também não viu mudanças significativas nos padrões de inadimplência no período, embora tenha feito “algumas flexibilizações de condições e datas de pagamento” de grandes clientes.

O executivo frisou que estas renegociações representam menos de 5% da receita total do grupo.

Sobre o nível de internações de pacientes com o novo coronavírus, o presidente da Intermédica afirmou que a empresa registrou nesta semana estabilização no número de internados, mas não deu detalhes.

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