No pós-Americanas, o que mudou para as ações de Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), segundo este gestor
Depois do rombo contábil da Americanas (AMER3), é preciso olhar para o múltiplo preço sobre lucro (P/E) para avaliar companhias como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), disse o sócio da BTG Pactual Asset Management, Laercio Henrique.
Em outro momento, mercado olhava por EV/receita e GMV (volume de vendas), por exemplo, mas o rápido aumento da Selic, a taxa básica de juros, mudou drasticamente a perspectiva para o setor, que tem alta concorrência e depende do consumo de bens não essenciais.
“Nós, por um equívoco, embriagados por juros baixos, pagamos múltiplos que estavam errados”, afirmou o gestor nesta terça-feira (14) durante o CEO Conference, promovido pelo BTG Pactual.
Henrique destacou que a “narrativa que se criou” de que seria bom para os concorrentes o rombo da Americanas, com ganho de participação de mercado, é uma visão que da qual ele compartilha.
“Mas não é 100% correta. O segmento desse varejo não essencial – linha branca – é talvez o estado da arte de competição”, comentou.
Pare ele, não é preciso correr risco investindo em companhias do setor. “Se existiu uma oportunidade com o rali [das ações de Magazine Luiza e Via] foi o de venda”, afirmou.
Gestores, no geral, divergem sobre o investimento em ações de consumo doméstico. Há quem prefira ficar de fora, enquanto outros ainda gostam de segmentos ligados à alta renda. No entanto, eles concordam que, no geral, o cenário é “desafiador” por conta do elevado patamar da Selic.