Política

No Pará, tiros atingem caminhões de empresa de ex-ministro ligado a Lula

28 nov 2022, 7:22 - atualizado em 28 nov 2022, 7:23
A empresa tem entre os acionistas o ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi, nome forte do setor e simpático ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Um comboio de caminhões da Amaggi foi atingido por tiros neste domingo, 27, na região de Novo Progresso (PA), onde manifestantes bolsonaristas tentam bloquear estradas.

A empresa tem entre os acionistas o ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi, nome forte do setor e simpático ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O governador do Pará, Helder Barbalho, acompanha o caso.

A Polícia Militar do Pará confirmou a ocorrência ao Estadão e informou que viaturas se deslocaram ao local, um trecho da BR-163. Conforme a PM, ninguém ficou ferido pelos disparos. Os policiais não informaram a quantidade exata de veículos alvejados, tampouco se já foram identificados os autores e a motivação dos disparos.

A reportagem apurou que seriam ao menos seis caminhões atingidos – e que um deles teria ficado sem possibilidade de prosseguir viagem. Segundo policiais, não havia registro de manifestação em andamento na rodovia neste domingo, na altura do Km 150.

Em nota, a Amaggi confirmou que caminhões pertencentes a sua frota foram alvos de disparos de arma de fogo. Segundo a empresa, o atentado ocorreu por volta das 11h. “Felizmente os danos foram apenas materiais e nenhum dos motoristas se feriu”, disse a Amaggi. A empresa afirmou que comunicou imediatamente o ocorrido à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e que está prestando toda assistência aos seus motoristas.

O governo do Pará entrou em contato com a PRF, que citou relatos de tentativas de bloqueios por moradores da Vila Isol, conhecida como “Km Mil”, a cerca de 87 quilômetros do centro de Novo Progresso.

A PRF informou ao governo paraense que tem feito rondas no local, inclusive durante a madrugada. A PM do Estado vai dar suporte às rondas.

Além de concentração no entorno de quartéis das Forças Armadas, os protestos de bolsonaristas inconformados com a eleição de Lula continuam a causar tumultos, bloqueios e crimes em estradas de diversas regiões do País nas últimas semanas. A situação é de terror em alguns Estados, como Mato Grosso.

A região de Novo Progresso registra conflitos causados por manifestantes que não aceitam a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas. Nesta semana, foram presos seis suspeitos de participarem de ataque a tiros a agentes da PRF em Novo Progresso, no dia 7 de novembro, durante operação para desobstruir a BR-163.

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