No negócio em que o ganho é a verticalização, como fica a JBS (JBSS3) ao comprar a TriOak?
A compra de “certos ativos” que a JBS fez da TriOak Foods nos Estados Unidos encheu os olhos dos investidores na sexta, que compraram as ON JBSS3 em quantidade que elevou o papel a mais de 3% (R$ 22,22).
O negócio, de valor não informado, vai deixar o player mundial melhor amparado no fornecimento de suínos, o core business da companhia sediada em Oakville, no estado de Iowa, mas mais a frente os detalhes da aquisição vão aparecer nos balanços da companhia.
A TriOak tem granjas próprias e integração com outros 300 produtores americanos, também trabalha com matrizes e opera ainda com fábrica de rações e comercializa grãos, segundo seu site.
Quais ativos foram adquiridos e em que proporção acionária darão uma melhor dimensão do acordo. Ou seja, na conformação do acordo, a JBS estará tão verticalizada quanto a TriOak?
No Brasil, com a Seara, a companhia é, pelos menos entre criação e abate, assim como as demais concorrentes, o que costuma ser o forte do negócio, por garantir fornecimento e customizar operações gerando despesas menores na compra de animais e insumos. Além da escala em todas as etapas.
A curiosidade que vai deixar o mercado mais sintonizado é se a JBS colocou dinheiro também nas unidades de ração e, mais ainda, na ponta originadora de grãos, soja e milho, que é por onde entra o principal fator de custo da produção de proteína animal.
Na página da TriOak não está claro se a empresa origina as commodities apenas às suas fábricas de alimentos para suínos ou se também as comercializa (soja, milho e ração) para o mercado.
Mas registra que opera, na compra, com base nos preços da bolsa de futuros de Chicago.
Na ponta principal do negócio feito, o de porco, a JBS fica com qual parte e qual o tamanho? Entra só na produção própria da TriOak ou vai ter participação também em relação aos granjeiros integrados?
Lembra-se, aqui, que nessa relação de parceria costuma-se fornecer assistência técnica, animais e insumos, para os produtores terminarem os animais para abate mediante preço combinado.
Vale o registro de que no terceiro trimestre de 2022, nos resultados da JBS, a unidade de porcos nos EUA apresentou um Ebitda ajustado em recuo de 15,6%, que, convertido em real, deu R$ 999,2 milhões.