No marco de um ano da guerra na Ucrânia, chefe da ONU denuncia Rússia
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, denunciou nesta quarta-feira a invasão da Rússia na Ucrânia como uma violação da Carta fundadora da ONU e do direito internacional e chamou a atenção para as ameaças russas sobre o possível uso de armas nucleares.
Desde que Moscou invadiu seu país vizinho em 24 de fevereiro do ano passado, o presidente russo, Vladimir Putin, tem insinuado repetidamente que a Rússia pode usar uma arma nuclear caso seja ameaçada.
“Temos ouvido ameaças implícitas do uso de armas nucleares. O chamado uso tático de armas nucleares é absolutamente inaceitável. É hora de sair da beira do precipício”, disse Guterres na Assembleia Geral da ONU, composta por 193 membros, em uma reunião que marcou o primeiro aniversário da guerra na Ucrânia.
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A Assembleia Geral está prestes a adotar um projeto de resolução — provavelmente na quinta-feira — enfatizando “a necessidade de alcançar, o mais rápido possível, uma paz abrangente, justa e duradoura” em linha com a Carta da ONU.
Guterres descreveu a Carta da ONU como “inequívoca”, citando o trecho: “Todos os membros devem abster-se em suas relações internacionais da ameaça ou do uso da força contra a integridade territorial ou independência política de qualquer Estado”.
A Ucrânia e seus apoiadores esperam aprofundar o isolamento diplomático da Rússia, buscando votos favoráveis de quase três quartos da Assembleia Geral para igualar — se não superar — o apoio recebido em várias resoluções no ano passado.
A Rússia tem solicitado aos Estados da ONU que votem contra a medida “desequilibrada e anti-russa”.