No Ibovespa, virada de ‘cesta Bolsonaro’ já aconteceu; entenda
O encurtamento da distância entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez com que as estatais, como o Banco do Brasil (BBAS3) e Petrobras (PETR4), disparassem na Bolsa, na contramão de papéis que ganham com Lula eleito. Veja no gráfico abaixo:
A cesta Lula, composta por empresas de varejo, educação e construção, chegou a ficar 20 pontos percentuais à frente da cesta Bolsonaro (composta por apenas três empresas estatais).
Apesar disso, a Guide diz que a diferença nas performances não se deve exclusivamente às eleições.
“Nos últimos dias o preço do petróleo subiu, o que ajudou a Petrobras, um dos três nomes da Cesta Bolsonaro. A MRV Engenharia divulgou números fracos de vendas no 3T22, o que prejudicou a Cesta Lula. Boatos sobre uma possível oferta de ações do Assaí derrubaram as cotações de ASAI3″, discorre.
Além disso, nos últimos dias houve um aumento nos rendimentos das taxa de juros nos Estados Unidos e em menor grau no Brasil, o que pressionou nomes de menor qualidade (empresas com dívida alta, margens baixas) como as empresas de educação.
“Mantemos nossa visão de que neste momento é melhor estratégias “binárias” (que se beneficiam de um dos dois possíveis cenários pós-eleições, mas perderiam muito no cenário alternativo), com preferência por nomes de ‘qualidade’ neste momento em função dos juros altos e desaceleração econômica”, completa.
Acirramento da disputa
O ex-presidente Lula manteve 49% das intenções de voto no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, enquanto o presidente Bolsonaro oscilou 1 ponto para cima e foi a 45%, apontou o Datafolha.
Como a pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais, a diferença entre os candidatos está no limite da margem de erro, apontou o levantamento divulgado na véspera, após o fechamento da bolsa.
No tópico rejeição, 50% disseram que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum, ante 51% na pesquisa anterior, e 46% disseram o mesmo sobre Lula, mesmo patamar anterior.
Para estrategistas do Citi, a pesquisa fornece novas evidências de uma corrida presidencial mais acirrada e reforça a percepção da equipe do banco de que a rejeição é o que mais importa no segundo turno.
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