Veja o que Lula foi fazer no Egito
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou nesta quarta-feira (14) no Cairo, capital do Egito. Durante os dias no país, o presidente deve se reunir com Abdel Fattah El-Sisi, presidente do Egito, para discutir temas como o conflito entre Israel e Palestina, exportação de carne bovina e outros produtos brasileiros e a abertura de uma rota aérea que ligue São Paulo ao Cairo.
De acordo com o Itamaraty, as discussões serão iniciadas efetivamente na quinta-feira (15). Na data, deverão entrar em pauta temas como mudança do clima, reforma das organizações internacionais e investimentos e cooperação nas áreas de educação e defesa. Ainda, é prevista uma visita à sede da Liga dos Estados Árabes, no Cairo.
O Planalto afirma que o convite foi feito pelo presidente do Egito durante a COP27.
De acordo com o embaixador Carlos Duarte, secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, “o presidente foi lá e anunciou as diretrizes de sua política externa, um retorno do Brasil a fóruns internacionais e prioridades reconfiguradas. Também destacaria os 100 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Egito que são comemorados em 2024″.
O secretário também destaca a importância do Egito no continente africano como um parceiro econômico estratégico para o Brasil, com um comércio forte e diversificado, especialmente nos produtos agrícolas.
Também de acordo com o Planalto brasileiro, é esperado que o governo egípcio aprove novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para aumentar a exportação de carne bovina. Em 2023, o Egito abriu mercado para produtos brasileiros, como peixes, carne de aves, algodão, bananas e gelatina e colágeno.
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A abertura de uma rota aérea que ligue São Paulo ao Cairo também está no horizonte das negociações. A operação deve ficar ao cargo da EgyptAir e será viabilizada por um acordo para evitar dupla tributação dos lucros do transporte aéreo internacional.
O comércio entre os países, durante 2023, totalizou US$ 2,8 bilhões. O Egito é o segundo maior parceiro comercial do Brasil na África, perdendo para a Argélia, com US$ 4,2 bilhões na corrente comercial.
A comissão, que além de Lula é composta por Janja, primeira-dama, Mauro Vieira, chanceler, Celso Amorim, assessor especial de Lula, e Luciana Santos, ministra da Ciência e Tecnologia, deve seguir para Addis Abeba, capital da Etiópia.
Na Etiópia, Lula participará como convidado da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, durante os dias 16 e 17, com reunião bilaterais com diversos países e órgãos da região.
Para Duarte, a viagem à Cúpula é “um reconhecimento da prioridade que o presidente vem dando à África em sua política externa”.
Lula volta a colocar África nas viagens internacionais
Apesar de colocar como foco as viagens nacionais, Lula também continuará seguindo com a pauta internacional, dando destaque para a África, continente que não recebeu nenhuma viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro durante seu governo.
Na campanha eleitoral de 2022, o atual presidente afirmou que, se eleito, gostaria de reconstruir as relações entre o Brasil e nações africanas. No ano passado, Lula seguiu por outros países da região, como África do Sul, Angola e São Tome e Príncipe.
O destaque também continua para as discussões sobre o conflito entre Israel e Palestina, com a participação do Egito como mediador das negociações e a posição histórica do Brasil como defensor da criação do Estado Palestino, com a existência de 2 Estados na região.
Lula defende um cessar-fogo no Oriente Médio e a liberação de reféns pelo Hamas. O Egito recebeu 115 cidadãos brasileiros da Faixa de Gaza, que seguiram para o país africano antes de chegar ao Brasil.