Setor Automotivo

No debate sobre híbridos, Morgan Stanley prefere carro elétrico

05 out 2019, 13:06 - atualizado em 04 out 2019, 15:21
Híbridos emitem a maior parte “de 3 ou 4 toneladas de dióxido de carbono a cada ano”, disse analista  (Imagem: Luke Sharrett/Bloomberg)

Em meio à crescente divergência no setor automotivo global em relação aos veículos híbridos, o Morgan Stanley está do lado dos elétricos.

Montadoras de todo o mundo têm adotado abordagens muito diferentes em relação aos carros híbridos. Toyota e Ford se comprometeram com seu desenvolvimento, enquanto General Motors e Volkswagen concentram esforços nos veículos totalmente elétricos, escreveu o analista Adam Jonas em nota aos clientes.

“Somos bastante pessimistas quanto aos híbridos e às implicações” para montadoras e fornecedores, disse Jonas. Os híbridos são complexos e ainda estão em desenvolvimento, contrastando com as iniciativas das montadoras de reduzir o conteúdo e a complexidade dos veículos e a necessidade de buscar arquiteturas “limpas”, disse.

Embora os híbridos sejam mais eficientes em termos de combustível do que os carros tradicionais, provavelmente emitem a maior parte “de 3 ou 4 toneladas de dióxido de carbono a cada ano”, disse o analista. Com a introdução em grandes cidades de legislação que proibirá o uso de carros com escapamentos para controlar as emissões de gases de escape, os híbridos talvez nem possam circular em muitos lugares no futuro.

Além disso, espera-se que os custos dos híbridos aumentem com o tempo, disse Jonas, acrescentando que o ônus de rodar sistemas de propulsão redundantes e fundamentalmente não relacionados pode interferir no desenvolvimento de arquiteturas de veículos elétricos puros.

Para completar, simplesmente não parece haver muito interesse dos consumidores.

“Fora do mercado japonês, os híbridos não parecem ser muito populares, apesar de muitas gerações da tecnologia”, escreveu Jonas. Ele observou que, de acordo com a consultoria IHS, os híbridos representavam apenas 1,9% da produção dos EUA em 2018, 3,6% da UE, e 2,1% da produção chinesa.