No baldinho dos estoques (maiores) dos EUA de soja, tem até importações do grão brasileiro
Por trás da surpresa do aumento dos estoques de soja dos Estados Unidos, que fez as cotações derraparem nesta quinta (10) acima de 1,25% (US$ 15,44 o bushel/julho), estão três fatores que, isolados, são poucos representativos, mas juntos enchem o baldinho.
O consumo interno deverá cair, as importações vão crescer porque a safra brasileira foi esticada para cima e vai sobrar mais grão por lá, segundo a leitura que Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, fez do relatório que o Departamento de Agricultura (USDA) soltou mais cedo.
Os pesquisadores do USDA elevaram a oferta brasileira para 137 milhões de toneladas, pouca coisa a mais, mas suficiente para bater com a safra americana, velha e nova, aumentar o disponível global e fazer os preços recuarem.
E proporcionará importações projetadas de 950 mil a 1 milhão de toneladas, quase toda do Brasil, acredita Brandalizze.
Mesmo com menor consumo interno, as importações costumam ser oportunizadas pelos preços e reforçam os inventários em caso de um aumento de demanda dos chineses, por exemplo.
Na soma, portanto, o departamento da Secretaria de Agricultura dos EUA está vendo estoques de 3,7 milhões da safra velha de soja, quando a última projeção falava em 3 milhões de toneladas.
Para a safra nova, as previsões saltam de 3.8 para 4,2 milhões/t.
No plano mundial, respectivamente nesses dois ciclos, os resultados dos estoques ficaram maiores, de 86 para 88 e de 91 para 92,6 milhões/t.