AgroTimes

No baldinho dos estoques (maiores) dos EUA de soja, tem até importações do grão brasileiro

10 jun 2021, 16:27 - atualizado em 10 jun 2021, 17:16
Safras em crescimento e estoques mais cheios, apesar da demanda da China (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Por trás da surpresa do aumento dos estoques de soja dos Estados Unidos, que fez as cotações derraparem nesta quinta (10) acima de 1,25% (US$ 15,44 o bushel/julho), estão três fatores que, isolados, são poucos representativos, mas juntos enchem o baldinho.

O consumo interno deverá cair, as importações vão crescer porque a safra brasileira foi esticada para cima e vai sobrar mais grão por lá, segundo a leitura que Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, fez do relatório que o Departamento de Agricultura (USDA) soltou mais cedo.

Os pesquisadores do USDA elevaram a oferta brasileira para 137 milhões de toneladas, pouca coisa a mais, mas suficiente para bater com a safra americana, velha e nova, aumentar o disponível global e fazer os preços recuarem.

E proporcionará importações projetadas de 950 mil a 1 milhão de toneladas, quase toda do Brasil, acredita Brandalizze.

Mesmo com menor consumo interno, as importações costumam ser oportunizadas pelos preços e reforçam os inventários em caso de um aumento de demanda dos chineses, por exemplo.

Na soma, portanto, o departamento da Secretaria de Agricultura dos EUA está vendo estoques de 3,7 milhões da safra velha de soja, quando a última projeção falava em 3 milhões de toneladas.

Para a safra nova, as previsões saltam de 3.8 para 4,2 milhões/t.

No plano mundial, respectivamente nesses dois ciclos, os resultados dos estoques ficaram maiores, de 86 para 88 e de 91 para 92,6 milhões/t.