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Nippon Steel pode acentuar cortes se mercado de aço não melhorar

26 nov 2022, 20:01 - atualizado em 25 nov 2022, 9:42
Siderúrgicas no mundo todo enfrentam problemas profundos, com crises em setores-chave como o automobilístico e o de construção (Imagem: Qilai Shen/Bloomberg)

A maior siderúrgica do Japão alertou que pode ter que fechar mais usinas do que o esperado se a demanda global não se recuperar to tombo deste ano.

O plano da Nippon Steel de cortar 20% de sua capacidade no Japão até 2025 pode ser expandido caso as difíceis condições de mercado continuem ou até piorem, disse o vice-presidente executivo Takahiro Mori.

“A questão é se esta é um problema estrutural ou apenas ligado a uma flutuação econômica”, disse ele em entrevista.

A empresa estudará de perto como o mercado se desenvolve antes de tomar qualquer nova decisão sobre as usinas, disse.

Siderúrgicas no mundo todo enfrentam problemas profundos, com crises em setores-chave como o automobilístico e o de construção.

A demanda global pela liga metálica deve cair mais de 2% este ano, segundo a World Steel Association.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico disse nesta semana que a economia global sofrerá uma “desaceleração significativa do crescimento” em 2023.

Os preços do aço dispararam para níveis recordes no primeiro semestre de 2022, juntamente com muitas outras commodities industriais, mas caíram desde então.

Outros grandes produtores, incluindo a ArcelorMittal na Europa, fecharam usinas.

O clima de negócios permanecerá “difícil” para as siderúrgicas em 2023, disse Mori, e a demanda ficará em “níveis muito baixos” até o final do ano fiscal que termina em março.

Se o atual nível de demanda continuar por muito tempo, parte da capacidade de produção existente da empresa pode não ser necessária, disse ele.

A Nippon Steel está em meio a uma reestruturação de longo prazo para lidar com a desaceleração da demanda doméstica e a concorrência mais acirrada na Ásia.

Já fechou três altos-fornos e planeja fechar mais um em 2025.

A eliminação do excesso de capacidade já reduziu os custos da empresa e aumentou seu poder de negociação com clientes, especialmente as montadoras.

“Quando há excesso de capacidade de produção, o vendedor quer preencher a capacidade ociosa e tende a correr atrás de volume em detrimento de preços”, disse Mori.

“No momento, reduzimos a capacidade, portanto é improvável que isso ocorra.”

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