Ninguém se entende sobre Yduqs (YDUQ3) e ação desaba 9%; o que fazer com os papéis após o 4T23?
A Yduqs (YDUQ3) lidera a ponta negativa do Ibovespa (IBOV) nesta sexta-feira (15), após reportar um prejuízo 42,7% maior no quarto trimestre de 2023 (4T23). Às 10h50, as ações recuavam 9,15%, cotadas a R$ 19,27.
Os analistas estão divididos quanto à performance da companhia de educação. Para Vinicius Figueiredo e o time do Itaú BBA, o balanço dos últimos três meses do ano foi neutro.
“A empresa reportou resultados que estão em linha com as nossas expectativas em termos de receitas e rentabilidade. O Ebitda ajustado cresceu 10% ano a ano, estritamente dentro do guidance para o trimestre. Observamos otimização de custos, mas isso foi compensado por maiores despesas gerais, comerciais e PDA”, dizem.
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A Ativa Investimentos, por sua vez, classifica os números como “ruins”, considerando apenas o operacional. “Em um trimestre marcado pelos efeitos da baixa contábil na venda de imóveis, e um provisionamento judicial adicional, a companhia apresentou um desempenho ajustado marginalmente negativo, puxado pelo EAD, com uma evasão, custos e despesas piores do que projetávamos”, afirma.
Por outro lado, os analistas ressaltam que a atividade robusta do premium conseguiu compensar parcialmente no consolidado. Entretanto, os efeitos, por mais que não recorrentes, ainda trazem incertezas para os resultados dos próximos trimestres e desaceleram o processo de desalavancagem.
Já a Genial Investimentos está mais otimista quanto ao balanço. Vinicius Esteves e equipe concordam que o trimestre trouxe uma dinâmica monótona, dado que a captação acontece nos semestres ímpares, mas dizem que a companhia colheu os frutos de uma trajetória resiliente no ano.
“A Yduqs teve um ótimo 2023. A retomada do cenário macroeconômico, que deixou o ambiente mais favorável para o retorno dos alunos aos seus compromissos com a educação superior, foi um dos catalisadores positivos do ano, junto de uma boa performance das três unidades, melhorando os ciclos de captação, taxa de evasão e ticket médio”, avaliam.
O que esperar para 2024?
Para 2024, a Yduqs espera alcançar um lucro líquido ajustado entre R$ 172 milhões e R$ 187 milhões no primeiro trimestre (1T24). Além disso, eles esperam o ingresso de 180 mil a 190 mil alunos no segmento digital e crescimento de 15% a 25% na unidade presencial no período.
Quanto ao lucro esperado, as casas não se surpreenderam. “Não muito longe das expectativas do mercado”, disse o time do BBA.
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Já em relação à captação, os analistas dizem que o crescimento deve ser potencializado pela modalidade semipresencial, enquanto o presencial deve crescer menos que a faixa indicada.
Para a Ativa, os movimentos põem mais incerteza às projeções para a lucratividade da Yduqs em 2024, por mais que considerem a baixa contábil da venda do imóvel e o novo provisionamento efeitos não recorrentes.
É hora de se desfazer de Yduqs?
Apesar de divergirem em relação aos números da Yduqs no quarto trimestre de 2023, os analistas concordam na recomendação para a ação: compra/outperform.
Os preços-alvos indicados e potenciais altas são de, respectivamente:
- Itaú BBA: R$ 30 e 41%;
- Ativa: R$ 30 e 41%;
- Genial: R$ 28 e 32%.
Entre os motivos que norteiam a recomendação para Yduqs, as casas citam o crescimento saudável nos três segmentos, com destaque para EAD e premiu, e os ganhos de eficiência e de alavancagem operacional.
Além disso, a melhora do cenário macroeconômico, a melhor qualidade do crédito e projeções mais otimistas quanto aos ciclos de captação no ano de 2024 são destaques.