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NFTs: Por que podem ser uma ferramenta de lealdade para as marcas?

06 jun 2022, 11:28 - atualizado em 06 jun 2022, 11:28
Coinbase
A experiência única e personalizada torna os NFTs valiosos (Imagem: Freepik/starline)

Estamos acompanhando o surgimento de um novo momento, repleto de termos e tecnologias — ou, como alguns dizem, buzzwords: metaverso, Web3, blockchain, NFTs.

Alguns são mais recentes, outros não tão novos e que têm gerado muita curiosidade, ansiedade e ceticismo, bem como sua capacidade de influenciar comportamentos e negócios.

Trata-se de uma era renovada da internet, baseada não mais nas plataformas sociais, mas na descentralização e na propriedade individual dos dados.

Um dos termos mais frequentes desses tempos é a sigla NFT (non-fungible token ou token não fungível, em português) que, inclusive, foi eleita a palavra do ano em 2021.

Talvez você tenha visto esse termo relacionado a desenhos variados de macacos — inclusive um deles, da Bored Ape Yatch Club, foi comprado por cerca de US$ 1 milhão pelo jogador Neymar —, mas é algo que vai além disso, referindo-se a ativos digitais únicos, criptográficos — e valiosos.

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Afinal, o que os torna tão valiosos?

Um dos fatores está justamente em sua exclusividade, a qual é certificada por uma rede de blockchain, tornando-se algo insubstituível, tal qual uma obra de arte.

Neste contexto, os NFTs estão se tornando uma ponte importante entre marcas e pessoas, principalmente porque podem ser ferramentas fundamentais para a construção de experiências personalizadas e exclusivas.

Em sua última edição, o Australian Open ofereceu aos seus fãs a possibilidade de comprar NFTs, os quais eram atualizados automaticamente com metadados coletados durante as partidas do torneio. Foram criadas mais de 6 mil bolas artísticas, sendo que 22 delas foram feitas por artistas renomados — e chamadas de AO Legends.

Cada bola representava uma parcela de 19 cm² da superfície de uma quadra de tênis atribuída aleatoriamente quando o NFT foi criado. Toda vez que uma bola caísse nessa parte da quadra durante qualquer partida, o NFT relacionado era atualizado em tempo real, com dados de rastreamento do jogo e da bola.

Até aí não há nada de mais, certo? O que torna esse NFT tão valioso? Primeiro, a exclusividade de ter a posse dessas bolas digitais, ainda mais se forem aquelas 22 criadas com design diferenciado. Mas o grande “pulo do gato” foi o fato de o Australian Open oferecer recompensas do mundo real aos proprietários dos tokens.

NFTs abrem portas para experiências exclusivas

Se qualquer um dos 11 pontos que determinasse o campeão (entre as categorias que existem disputa de título no torneio) caísse em um local específico, o dono do NFT correspondente receberia a bola usada no jogo, em uma embalagem especial com um certificado de autenticidade.

Os proprietários das bolas virtuais também teriam a oportunidade de ganhar wearables de edição limitada, produtos e outras vantagens.

A exclusividade de possuir uma bola utilizada em uma final de Grand Slam e todos os benefícios futuros são grandes diferenciais — e possibilidades para as marcas construírem uma conexão forte com seus consumidores.

Aí está o grande valor dos NFTs. Eles podem ser uma ferramenta relevante para desenvolver experiências exclusivas e significativas para seu público — e com potencial de movimentar grandes somas.

Por isso, acredito que neste momento, em que ainda estamos aprendendo sobre como estas novas tecnologias podem se encaixar nas estratégias de marca e dos negócios, prefiro olhar para elas com a lente da curiosidade e não com a do ceticismo.

Roberto Ribas é Chief Strategy Officer e membro do conselho da Brivia. Com 22 anos de experiência, ao longo da trajetória, concebeu a metodologia BXM (Brand Experience Management) e sempre esteve na liderança de times multidisciplinares, na concepção e desenvolvimento de projetos de estratégias de marca e transformação digital para grandes marcas. Atuou no fortalecimento do setor, sendo co-fundador e ex-presidente da Associação Brasileira de Agências Digitais (ABRADi/RS). É formado pela UFRGS e tem especialização em Marketing pela ESPM.

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