Netflix (NFLX) vê número de assinantes crescer no 4T22; ação dispara 6% em NY
As ações da Netflix (NFLX) sobem forte no after market da Nasdaq nesta quinta-feira (19), após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2022.
Os papéis da operadora de streaming avançavam 6% no pregão estendido em Nova York por volta das 19h10, com investidores reagindo aos números captados entre outubro e dezembro do ano passado.
A companhia registrou 230,7 milhões de assinantes pagos pelo mundo no quarto trimestre de 2022, o que representa adição tanto em relação ao terceiro trimestre quanto em base anual. Comparado com o mesmo período do ano passado, o avanço foi de 4%.
A receita da Netflix atingiu US$ 7,85 bilhões no quarto trimestre, abaixo dos US$ 7,92 bilhões divulgados no trimestre anterior. No entanto, o montante veio em linha com o consenso e, na comparação anual, houve crescimento de 1,9%.
A Netflix soltou suas projeções para o primeiro trimestre de 2023, com receitas esperadas de US$ 8,17 bilhões.
Mudança na diretoria
De acordo com Richard Camargo, analista da Empiricus Research, é difícil dizer se o movimento das ações no after market reflete os números apresentados pela companhia (que vieram em linha com o esperado) ou se é pela notícia de que Reed Hastings, fundador que ajudou na transformação da Netflix de uma empresa de delivery de DVDs no maior serviço de streaming do mundo, deixará de ser co-CEO.
Hastings será substituído por Greg Peters, atual COO da companhia, que passará a exercer junto com Ted Sarandos a função de co-CEO.
Hastings atuará como presidente do conselho da companhia.
“O seu afastamento vem num momento interessante, na esteira da implementação do modelo de anúncios e a mudança no perfil estratégico da empresa, que focará cada vez mais em rentabilidade e menos em crescimento”, destaca Camargo.
“Essa mudança, ao menos inicialmente, nos parece reforçar o compromisso da Netflix em perseguir a rentabilidade com mais ênfase nos próximos anos”, acrescenta o analista.
Sobre os resultados do quarto trimestre, Camargo lembra que um dos grandes desafios da Netflix, historicamente, é conseguir transformar seu resultado operacional em geração de caixa livre.
“Em 2022, dos US$ 32 bilhões em receitas, apenas US$ 1,6 bilhão transformou-se em geração de caixa”, destaca.
Para 2023, a Netflix tem expectativa de gerar US$ 3 bilhões em caixa livre.
A Empiricus não tem exposição à Netflix em suas carteiras internacionais. Na avaliação de Camargo, a ação não está atrativa.
“Mesmo sabendo que o mercado precifica a capacidade futura de resultados das companhias, um múltiplo 46 vezes o fluxo de caixa dos próximos 12 meses, com crescimento de receitas em um dígito baixo, não nos parece nada atrativo”, diz o analista.