Netflix mais parecida com a TV é bom negócio para o investidor? ‘Ganância’ com inflação ajudará P&G e J&J? Veja o que esperar dos resultados em NY desta semana
Netflix vai buscar ‘aprovação’ à assinatura com publicidade em números do primeiro trimestre
A Netflix (NFLX;NFLX34) divulgará resultados do primeiro trimestre de 2023 nesta terça-feira (18), com a pressão de responder aos investidores uma pergunta incontornável: a queda na base de assinantes em relação ao trimestre anterior será revertida?
Para fomentar a receita e recuperar a lucratividade de um tenebroso 2022, a Netflix lançou uma nova forma de assinatura, que reduz os preços dos pacotes, em troca da exibição de publicidade. A modalidade já é bem explorada pelas competidoras diretas da empresa, como a HBO Max e a Hulu.
Até aqui, o mercado aparenta otimismo com os números, esperando uma expansão de 2 milhões de usuários à base de clientes ativos. Vale lembrar que houve uma retração de 200 mil assinantes no mesmo período do ano passado. Segundo analistas do mercado americano, a medida poderá surtir mais efeito no segundo trimestre deste ano, quando 10 milhões de usuários novos podem chegar ao serviço de streaming.
Números de Johnson & Johnson e P&G mostram combate ‘Inflation vs. Greedflation’
No setor de consumo, resultados da Johnson & Johnson (JNJ;JNJB34) e da Procter & Gamble (PG;PGCO34) são os destaques da semana. Os números devem trazer um retrato atualizado sobre o impacto da inflação nas vendas dos produtos.
Durante 2022, as empresas com ampla atuação em produtos de consumo básico puderam aproveitar a alta do preços para assegurar maiores margens, neutralizando o impacto da queda da demanda. Essa tendência do setor de consumo vem sendo chamada criticamente de greedflation, ou algo como ‘inflação da ganância’.
Agora, resta saber se com a queda da inflação, e permanência dos juros altos, o mesmo espaço de manobra ainda será contstatado.
Do lado da Johnson e Johnson, analistas do mercado guardam expectativa com o setor farmacêutico, com projeção de receita estimada em US$ 12.5 bilhões para o trimestre. Para a P&G, a capacidade de produção e a resiliência dos consumidores deverão ser palavras-chaves na teleconferência de resultados.
Enquanto a Johnson & Johnson divulga resultados na terça-feira (17), a P&G programou seus resultados para a sexta-feira (21).
Ações da Tesla dispararam no 1T23; os resultados virão de ‘lambuja’?
A Tesla (TSLA;TSLA34) viu uma valorização de mais de 50% nas suas ações e foi certamente um dos grandes destaques do trimestre na Nasdaq, surfando a onda de ânimo com um iminente fim do aperto monetário nos EUA. Há até quem precifique algum corte na taxa antes do fim do ano.
Enquanto o melhor cenário de juros é sempre uma excelente notícia para as ações de tecnologia, os recentes cortes no preço de venda dos veículos elétricos podem acabar pressionando a lucratividade da companhia.
A medida vem sendo adotada como uma forma de contornar a queda do poder de compra do consumidor, bem como elevar a competitividade da empresa de Elon Musk ante competidores cada vez mais qualificados, como é o caso da chinesa BYD.
Nesse sentido, o investidor espera, ao menos, que as medidas empregadas pela Tesla façam efeito na receita a ser apresentada pela companhia. A expectativa se sustenta sob os bons números de carros produzidos e entregues no 1T23. O número de vendas de veículos elétricos cresceu 36% ante o 1T22, aos 422.875, e 4% ante o 4T22.
Após bom começo na sexta-feira, Bank of America e Goldman Sachs embrulham resultados de bancões
Após resultados surpreendentes de Citigroup, JPMorgan & Chase e Wells Fargo, a sessão de resultados financeiros dos bancos fica praticamente embrulhada amanhã (18), com resultados trimestrais de dois titãs do sistema financeiro dos EUA, quais sejam, o Bank of America (BCA;BOAC34) o Goldman Sachs (GS;GSGI34).
A semelhança do que ocorreu com a primeira leva de ‘bancões’, os investidores podem esperar por maior receita com o aumento de juros, puxada, sobretudo, pelos produtos de empréstimo. O efeito deve ser mais pronunciado para o Bank of America, o banco com maior exposição ao cliente de varejo nos EUA — nesse sentido, é bom observar também a magnitude do fluxo de depósitos que migrou dos bancos regionais para as maiores instituições, como consequência da crise de confiança gerada pela falência do SVB.
A mesma alta de juros, no entanto, pode se mostrar ‘venenosa’ para o braço de investimento dos bancos, o que se associa diretamente à queda de apetite por risco nos mercados de capitais. A maior exposição do Goldman Sachs nessa linha de negócio pode torná-lo mais vulnerável ao efeito cumulativo dos juros.