Política

Neoindustrialização? Entenda o plano de Lula e Alckmin para a economia brasileira

25 maio 2023, 11:35 - atualizado em 25 maio 2023, 11:35
Lula e Alckmin
Lula e Alckmin defendem reindustrialização em texto publicado no Dia da Indústria (Foto: PR/Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) publicaram nesta quinta-feira (25) um artigo no jornal O Estado de S. Paulo defendendo a reindustrialização do país, com a participação do agronegócio e a necessidade de uma reforma tributária.

Com o título de “Neoindustrialização para o Brasil que queremos”, o texto defende que “a indústria será, nos próximos anos, o fio condutor de uma política econômica voltada para a geração de renda e de empregos mais intensivos em conhecimento, inclusive no setor de serviços”.

No Dia da Indústria, a publicação deste artigo vem acompanhada de uma série de eventos. Tanto Lula quanto Alckmin, que é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, estarão presentes em uma solenidade na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta quinta-feira.

A expectativa é que juntos anunciem medidas destinadas a fortalecer o setor automotivo e a reduzir os preços dos chamados “carros populares”.

Veja os pontos principais do artigo de Lula e Alckmin

Reindustrialização da economia: O artigo destaca a importância da exportação de matérias-primas, mas ressalva que a atividade é mais vulnerável aos ciclos de preços internacionais. Com isso, aponta para uma economia baseada no conhecimento, que depende de recuperação do setor industrial.

Aposta em setores-chave: O texto afirma que a neoindustrialização brasileira requer iniciativa, planejamento e gestão. Para isso, a diversificação precisa ser criteriosa, a partir dos setores em que o Brasil possui know-how e capacidade de ser competitivo.

Conselho Industrial: Segundo o artigo, o caminho para a neoindustrialização passa pela escuta da sociedade por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), de onde vão sair as missões a serem dadas à indústria.

Brasil Verde: O texto também destaca o potencial verde da economia brasileira. Um exemplo citado é a redução do uso de combustíveis fósseis na indústria automotiva por meio do carro elétrico, mas também com biocombustíveis. “Podemos exportar carros ou motores flex para mercados aptos a usar etanol na Ásia, na África e na América Latina”, cita.

O agro é pop: Segundo o artigo, a força do agronegócio brasileiro vai permitir criar uma cadeia de suprimentos que reduza a dependência externa com o Plano Nacional de Fertilizantes. O estímulo à agroindústria, ao financiamento de exportações de maquinário agrícola e de novas tecnologias que estão surgindo no Brasil para atender o campo também são citados no texto.

Reforma tributária: O texto ainda enfatiza a necessidade de políticas horizontais – como uma tributação eficiente e justa. “É a reforma tributária, para destravar, desburocratizar e simplificar processos que prejudicam a indústria. A reforma, desenhada para reduzir a cumulatividade e os conflitos, estimulará o investimento privado, elevará as exportações nacionais, combaterá as distorções alocativas e melhorará o ambiente de negócios, reduzindo o custo Brasil”, diz.

Capital humano e políticas sociais: O texto destaca a necessidade de investir nas pessoas, “afinal a indústria só prosperará com capital humano bem formado”, diz. “Por isso, celebramos os investimentos no novo Bolsa Família, que passa a privilegiar mais as crianças; na educação básica, que ruma para o ensino integral; e na valorização do salário mínimo”.