Neoenergia (NEOE3): Por que dividendos mais robustos são ‘improváveis’?
A Neoenergia (NEOE3)vem apresentando resultados trimestrais consistentes ao longo de 2022. Contudo, o Bradesco BBI aponta que os dividendos da companhia serão limitados. A recomendação da corretora para o papel é neutra, com preço-alvo para 2023 de R$ 20.
O BBI enxerga o papel com uma atraente taxa de retorno (TIR) real, de 15%, cerca de 4,50-5,50 pontos percentuais acima das concorrentes privadas, como Energisa (ENGI11) e Equatorial (EQTL3), e até 4 pontos percentuais acima da Cemig (CMIG4).
Apesar disso, por enquanto, a compressão da TIR parece limitada devido a preocupações contínuas relacionadas à governança corporativa, incluindo lances aparentemente agressivos nos mais recentes leilões de ativos novos (greenfield) de transmissão.
Em 2023-24, o Brasil leiloará R$ 50 bilhões em novos projetos de transmissão, o que pode exacerbar as preocupações, aponta o Bradesco BBI.
“Não vemos gatilhos claros para uma reclassificação de curto prazo. Capex (investimento)/alavancagem permanecerão altos por um pouco mais de tempo e, portanto, os dividendos serão um pouco limitados”, diz.
A corretora destaca ainda que a Neoenergia poderia potencialmente vender alguns ativos hidrelétricos, como Belo Monte, tendo Eletrobras (ELET6) como o comprador natural, mas os dividendos podem ser superados por uma visão de maior crescimento na transmissão.
Ademais, afirma que, como visto para outras concessionárias que pagam altos dividendos, a Neoenergias poderia comprimir sua TIR, acelerando os dividendos.
No entanto, aponta que isso é improvável para 2022, para o qual esperam uma distribuição de dividendos de 25% (subindo para 50% em 2023).
Isso porque após os lances recentes da empresa nos leilões de transmissão, o capex (investimento) permanecerá em R$ 9 bilhões a R$ 7 bilhões até 2025, com a relação dívida líquida/Ebtida em cerca de 3,8x, limitando o pagamento de dividendos.
“Como resultado, os dividend yields que esperamos para 2022/23 são de apenas 4,4% e 6,2%, aproximadamente metade dos números da CPFL“, diz o BBI.
Para o BBI, avaliação barata da Neoenergias é indiscutível
O Bradesco BBI aponta que o preço-alvo de R$ 20 para 2023 reflete a taxa de desconto real de 15%, a mais alta entre a cobertura da corretora, dadas as percepções de risco de alocação de capital.
Além disso, destaca a entrega de um fluxo de resultados trimestrais sólidos, incluindo o segundo trimestre, e projetos no prazo e orçamento.
No entanto, os movimentos que parecem agressivos nos recentes leilões de projetos greenfield no segmento de transmissão e taxas/royalties contínuos pagos ao seu acionista controlador lançaram uma sombra maior sobre a governança corporativa.
“Como resultado, a NEOE3 está entre as ações mais baratas em nossa cobertura, negociando a uma TIR real de 15%”, diz.
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