Neoenergia (NEOE3) avalia oportunidade de compra da Coelce, mas não fará “loucuras”, diz CEO
A Neoenergia (NEOE3) está analisando uma potencial compra da distribuidora cearense Coelce, controlada hoje pela italiana Enel, mas não fará “loucuras”, uma vez que tem um plano robusto de investimentos para executar em suas próprias concessionárias nos próximos anos, disse o CEO, Eduardo Capelastegui.
“Nossa obrigação é estar no mercado, observando, analisando oportunidades, e distribuição é um negócio que gostamos… Estamos analisando, mas não vamos fazer loucuras”, disse o executivo em teleconferência de resultados, acrescentando que o mercado está “muito volátil” e exige prudência da companhia.
A Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola, detém cinco distribuidoras de energia no Brasil, sendo sua última aquisição a concessionária de Brasília, que foi privatizada em 2020. A Neoenergia Brasília ainda está em processo de “turnaround”, tendo conquistado resultados importantes no último trimestre, como o enquadramento de critérios de qualidade dos serviços nos parâmetros regulatórios.
O processo de venda da Coelce foi iniciado oficialmente pela Enel Brasil na semana passada. A empresa é a terceira maior distribuidora do Nordeste em volume distribuído, fornecendo energia elétrica nos 184 municípios do Ceará e contando com uma base comercial de aproximadamente 4,38 milhões de unidades consumidoras.
Em relação a outras oportunidades, Capelastegui disse que a Neoenergia está estudando os próximos leilões de transmissão de energia e poderá participar dos certames.
Na teleconferência de resultados, ele afirmou ainda que o plano de rotação de ativos da companhia está avançando “muito bem” e conforme previsto, mas não deu detalhes.
A elétrica tem planos de vender participações minoritárias em ativos de transmissão de energia, além de alienar sua fatia na hidrelétrica de Belo Monte e desinvestir da usina térmica Termopernambuco.
Recentemente, a Neoenergia fechou uma operação de permuta de ativos com a Eletronorte, que levou à consolidação em seu balanço da hidrelétrica de Dardanelos, enquanto a subsidiária da Eletrobras ficou com a hidrelétrica de Teles Pires. Essa operação permitiu uma simplificação societária e melhora da alavancagem à Neoenergia, ressaltou Capelastegui.