Nem dividendos, nem combustíveis: Petrobras (PETR4) tem outro grande risco pelo caminho, vê Bradesco
O papel da Petrobras (PETR3; PETR4) iniciou o ano com grande desconfiança por parte dos mercados por dois motivos principais: o fim da política de paridade internacional, que poderia prejudicar o resultado operacional da companhia, e a distribuição de dividendos, que caiu de 60% do fluxo de caixa operacional para 45%.
Aparentemente, porém, o mercado entendeu que os dois riscos foram superados. Mas para o Bradesco BBI, em relatório enviado a clientes, a empresa pode ter que enfrentar outro problema.
“As disputas tributárias são um grande risco para a Petrobras e a aprovação de uma proposta de lei que perpetuaria o voto de desempate da Receita Federal aumentaria esse risco”, escrevem Vicente Falanga e Ricardo França, que assinam o relatório.
O projeto, inclusive, foi aprovado ontem (23) na Comissão Econômica (CAE) do Senado e agora deve seguir para votação no plenário. A votação dependerá do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e está prevista para acontecer até a próxima terça-feira.
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“A Petrobras poderia tentar resolver esse tipo de disputa antecipadamente com um acordo, mas qualquer acordo com uma entidade governamental seria considerado uma transação entre partes relacionadas e, portanto, deveria ser aprovado por um conselho composto por representantes dos acionistas minoritários, o que, em nossa opinião, minimizaria o risco de qualquer acordo se tornar negativo”, argumentam os analistas Vicente Falanga e Ricardo França.
Apesar de monitorar o possível entrave, o Bradesco BBI acredita que a Petrobras será capaz de negociar um grande desconto nas multas e no ajustamento monetário.
Já no segundo trimestre de 2023, a empresa incluiu maiores despesas com impostos nos itens que fizeram o lucro tombar 47% ante o mesmo período do ano passado.
Procurada pelo Money Times, a Petrobras não se manifestou até o momento. O espaço segue aberto.