Negociação entre SLC e Terra Santa segue bem e operação deve ter encerrada em junho
As negociações para o acordo entre SLC Agrícola (SLCE3) e Terra Santa Agro (TESA3) estão caminhando bem e a assinatura de contrato deve ocorrer ainda março, enquanto o “closing” da operação é previsto para junho deste ano.
“A transação segue bem, com alguns atrasos pequenos, mas normais diante de uma transação como esta. Estamos confiantes que vai se resolver bem, que vai dar tudo certo”, disse o CEO da Terra Santa Agro, José Humberto Teodoro, em teleconferência para comentar os resultados.
Ele lembrou que a Terra Santa tem duas empresas, uma delas operadora das terras e a outra dona das fazendas, e que a SLC comprará a primeira.
“O que estamos vendendo para a SLC é a empresa que opera as terras. Ela (Terra Santa) vai ser uma empresa que vai ter terras arrendadas para a SLC (após o negócio)”, explicou.
Atualmente, a companhia que opera as terras paga arrendamentos para a unidade da Terra Santa dona das fazendas.
O executivo comentou que um pedaço das dívidas da Terra Santa vai ficar na empresa que opera os ativos (a que vai ser comprada pela SLC).
O total de dívidas que ficará na outra companhia está em discussão.
O endividamento financeiro da empresa atingiu 1,097 bilhão de reais ao final do ano passado, alta de 31% ante 2019, reflexo da desvalorização cambial que impacta diretamente a dívida em dólar.
Segundo Teodoro, a Terra Santa Agro vai mudar completamente.
“A nova empresa não vai ter operação, 100% da receita da nova empresa virá de arrendamento, muda substancialmente o modelo de negócio, o impacto não é só nas finanças, vamos passar de uma empresa operadora para ser uma empresa imobiliária rural”, ressaltou.
A operação foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em janeiro.
A SLC divulgou no final de novembro passado a assinatura de um memorando de entendimento com termos e condições para assumir as operações da Terra Santa Agro, em transação avaliada em 550 milhões de reais.
A SLC disse anteriormente que acredita que há potencial para incremento de aproximadamente 130 mil hectares em sua área de plantio, após o acordo.