Natura&Co (NTCO3) fecha 3T22 com prejuízo de R$ 559,8 milhões
A Natura&Co (NTCO3) marcou prejuízo no terceiro trimestre do ano, seguindo a tendência negativa vista no trimestre passado.
Segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (9), a empresa de cosméticos computou prejuízo líquido atribuível a acionistas controladores de R$ 559,8 milhões entre julho e setembro do ano, ante lucro de R$ 272,9 milhões apresentados no mesmo intervalo de 2021.
O resultado veio bem pior que o esperado. Pelo levantamento da Bloomberg, o consenso do mercado projetava prejuízo de R$ 99 milhões para a companhia.
De acordo com a Natura, a linha do prejuízo foi impactada principalmente por um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) menor.
O Ebitda ajustado contraiu 5,7% no comparativo anual, totalizando R$ 772,5 milhões. A margem Ebitda ajustada recuou 120 pontos-base e atingiu 64.1%.
A receita líquida consolidada contraiu 5,7% em moeda real, a R$ 9 bilhões. Do montante total, R$ 5,77 bilhões corresponderam às operações da Natura&Co Latam, com crescimento anual de 4,1%.
A receita da Avon caiu 19,8% e foi para R$ 1,64 bilhão. The Body Shop também apresentou queda em suas receitas, que totalizaram R$ 976 milhões (-29,8% ano a ano).
A Aesop, por sua vez, teve crescimento de 8,9% na receita, com o valor final de R$ 602,6 milhões.
No relatório, Fábio Barbosa, CEO da Natura&Co, comentou que a The Body Shop seguiu mostrando resultados desafiadores em meio à uma recuperação mais lenta da franquia e à queda do segmento “em casa”.
Sobre a Avon, o executivo reforçou que está acelerando o processo de integração. A reorganização do grupo, anunciado no trimestre passado, também progrediu.
Em outubro, o conselho de administração da companhia autorizou o início de um estudo comparativo entre uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) e um spin-off (separação do grupo) da Aesop. A cisão poderia ser seguida de uma potencial oferta pública.
O estudo comparativo visa avaliar estruturas alternativas que possam agregar mais valor para a Aesop, disse a Natura, na época.
O IPO vem sendo avaliado pela administração nos últimos meses como uma alternativa para financiar o crescimento da Aesop. A estratégia está alinhada com o objetivo da companhia de “proporcionar maior autonomia e responsabilidade às suas marcas e unidades de negócios”.
Em fato relevante divulgado nesta quarta, a Natura informou a descontinuidade de seu guidance. A varejista decidiu descontinuar a divulgação de projeções relacionadas a:
- companhia: receita líquida consolidada, margem Ebitda consolidada, índice de endividamento líquido consolidado;
- Avon Internacional: margem Ebitda recorrente e programa de investimentos; e
- captura de sinergias resultantes das combinações de negócio entre a companhia e a Avon Products.
O motivo envolve a reestruturação organizacional do grupo.
“Tendo em vista a continuidade da reestruturação organizacional da companhia e as recentes atualizações sobre possíveis alterações em suas linhas de negócio, a companhia decidiu descontinuar as projeções citadas acima”, explicou.
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