Natura pós-covid deve ser mais “basicona”, afirmam analistas
A Natura (NTCO3) deve voltar à “normalidade” após a crise do coronavírus com um portfólio mais básico, de acordo com as informações reunidas pelo BTG Pactual em um relatório divulgado ao mercado nesta segunda-feira (11).
A empresa de cosméticos, que realizou um Investor Day no último dia 8, afirmou que, pensando na retomada dos negócios, sua equipe está se preparando para ter maior participação em categorias essenciais do setor, como a comercialização de sabonetes para as mãos.
“A Natura espera mudanças estruturais pós-pandêmicas no comportamento dos consumidores, não apenas em relação aos canais de vendas (com vendas sociais e vendas domésticas ganhando relevância nos próximos anos), mas também com o mix de produtos”, informou o BTG Pactual sobre a reunião.
De acordo com o banco, mesmo com o fechamento de 90% das lojas da rede, contando com as marcas Aesop e The Body Shop, a empresa conseguiu adaptar o seu comércio online, fazendo com que as vendas na plataforma registrassem um bom resultado para o primeiro trimestre de 2020, além de atingir o número de 1 milhão de consultores de vendas online.
Apesar dos números se mostrarem positivos, a empresa reportou um prejuízo de R$ 820,8 milhões no primeiro trimestre do ano.
Avon
O UBS, que também participou do evento, informou que a Natura tem novos planos para a integração com a Avon e pensa em diminuir o portfólio internacional da marca em aproximadamente 30%.
“Embora o estoque possa ser sustentado por expectativas de sinergia de custos, ficamos mais preocupados com o retorno da Avon, principalmente considerando o quão fracos os resultados da empresa foram no último ano e no 1º trimestre, além do impacto do coronavírus na América Latina“, informou o UBS no relatório.
De acordo com o banco, o crescimento de mercado da Natura, que recentemente se tornou a quarta maior empresa mundial do setor de cosméticos, fragrâncias e cuidados pessoais, compensou a queda das ações da Avon.
No geral, tanto o BTG Pactual quanto o UBS tem recomendação neutra para os ativos da companhia, com preço-alvo de R$ 40 e R$ 29, respectivamente.