Natura (NTCO3) volta a gerar confiança; por que você deve ter a ação no radar, segundo analistas
As ações da Natura (NTCO3) voltam a subir bem nesta sexta-feira (21), em pregão de disparada para o Ibovespa. Contagiada pelo ânimo local, a varejista avançava 4,61% perto das 12h45, negociada a R$ 17,49.
O papel da companhia também ganhou fôlego com a atualização por duas instituições. No último fechamento, a companhia chegou a disparar cerca de 5% após o Bradesco BBI elevar o preço-alvo de R$ 16 a R$ 24, considerando margens de empresas latino-americanas mais altas.
Em relatório divulgado ontem, o BBI diz estar mais construtivo com o processo de integração da Natura e da Avon a América Latina.
“A principal força da Natura&Co está no canal de vendas diretas, que é mais competitivo nos mercados emergentes, especialmente na América Latina”, destacam Felipe Cassimiro e Flávia Meireles, analistas que assinam a atualização da tese.
Cassimiro e Meireles também pesaram um cenário em que a venda da The Body Shop é confirmada. Os analistas avaliam que, excluindo a unidade de negócios, o valor justo da ação da Natura poderia ser R$ 2 maior em relação ao cenário-base.
“Modelamos um cenário de +1 ponto percentual de margem Ebitda e +2,5% de ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) alcançado de forma conservadora até 2029”, afirmam.
O BBI também entende que uma simplificação dos negócios, reduzindo a complexidade e permitindo que a Natura foque em seu principal negócio (venda direta), pode ser algo bem recebido pelo mercado.
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O Itaú BBA também soltou relatório recente, destacando um a Natura&Co LatAm como o gatilho principal de geração de valor para a companhia.
O BBA espera que a The Body Shop siga enfrentando um cenário macroeconômico desafiador em 2023, com efeitos sobre o crescimento das operações.
“No entanto, também assumimos uma melhora gradual na rentabilidade, principalmente pelas iniciativas de redução de custos”, pondera a instituição.
A partir de 2024, o BBA considera que a The Body Shop tem o potencial de crescer em linha com o mercado geral, com a rentabilidade se recuperação por quatro principais fatores:
- possível alívio de pressões inflacionárias no Reino Unido (o mercado principal da marca);
- esforços de transformação focados no reequilíbrio e otimização dos canais na pós-pandemia;
- implementação de um novo posicionamento de mercado; e
- revisão do conceito de lojas.
Apesar da falta de clareza em relação à retomada de crescimento de The Body Shop e Avon International, o BBA não descarta os esforços que a Natura vem demonstrando, com sinais iniciais de melhora na rentabilidade.
Pelos cálculos do BBA, assumindo um múltiplo conservador de 6 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2024, a The Body Shop pode ser vendida por R$ 3,4 bilhões.
Além do novo preço-alvo, o BBI tem recomendação de compra para a Natura. O BBA reforçou a classificação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), com preço justo ao fim de 2024 de R$ 21.