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Natura (NTCO3): Venda para L’Oréal anima investidores e analistas; o que esperar?

04 abr 2023, 11:38 - atualizado em 04 abr 2023, 11:38
Natura
Natura assinou um acordo vinculante com a L’Oréal para a venda da Aesop (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

As ações da Natura (NTCO3) figuravam entre as maiores altas do Ibovespa no pregão desta terça-feira (4). NTCO3 disparava 7,89%, a R$ 14,64, por volta das 10h40. A valorização do papel veio após o anúncio de venda da Aesop para a L’Oréal por US$ 2,52 bilhões — valor alinhado com as expectativas do mercado.

Segundo a companhia, a transação irá dar apoio à desalavancagem financeira e permitir focar em prioridades estratégicas, “especialmente na integração na América Latina, assim como na otimização geográfica da Avon Internacional e melhora continua da The Body Shop, com rígida disciplina financeira”.

Para os analistas do mercado, a notícia é positiva. As equipes do Santander e do Goldman Sachs avaliam que a venda deve fortalecer materialmente o balanço da Natura, trazendo alívio em termos de estrutura de capital, além de permitir a aceleração dos esforços de recuperação.

Ruben Couto e os demais analistas do Santander afirmam que a reação otimista do mercado é explicada pela avaliação atraente do negócio — estimativa YE23 EV/Ebitda de 16,6x. Eles ainda explicam que o acordo fecha o capítulo da Natura de uma “ação orientada por eventos em alta”.

Já Irma Sgarz e equipe, do Goldman, acreditam que, embora os investidores tenham se concentrado na alienação da Aesop, a conclusão dessa etapa deve trazer os holofotes de volta às operações remanescentes da Natura, onde ainda veem risco de queda nas estimativas de consenso.

O Santander reitera a recomendação neutra para NTCO3, com preço-alvo em R$ 12,20, enquanto aguarda mais detalhes sobre o negócio. O Goldman também mantém a mesma recomendação, mas com alvo em R$ 14.

De olho na desalavancagem

Os analistas do Goldman avaliam que a transação proposta se traduziria em receitas de R$ 12,8 bilhões, implicando uma redução na alavancagem da Natura. “Estimamos que essa mudança na estrutura de capital poderia melhorar a geração de fluxo de caixa livre mais perto do ponto de equilíbrio ou mesmo ligeiramente positivo em 2023E”, afirmam.

Já a equipe do Santander também afirma que a venda da Aesop é uma “grande mudança positiva” na história de recuperação da Natura. “Acreditamos que o acordo deve acelerar significativamente a mudança de ritmo da empresa em alguns de seus planos de recuperação”, dizem.

Os analistas dos bancos afirmam que a desalavancagem permite que a companhia concentre seus recursos para acelerar a recuperação da The Body Shop, Avon Latam e Avon International mais notavelmente, uma vez que deve trazer custos iniciais mais altos.

“Com um balanço mais enxuto, os analistas esperam que a otimização da pegada da Avon International ocorra em um ritmo muito mais rápido do que a taxa de execução atual. Esse mesmo raciocínio deve ser aplicado a quaisquer mudanças necessárias na The Body Shop e à integração da Avon na América Latina”, diz o Santander.

Couto e os outros analistas do banco lembram que, nos últimos meses, o fluxo de notícias sobre o tamanho e a estrutura do negócio da Aesop alimentou as expectativas do mercado sobre a avaliação potencial, colocando o valor da firma no topo das expectativas dos investidores.

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