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Natura (NTCO3) se posiciona diante das preocupações do mercado e analistas indicam compra

26 mar 2025, 12:48 - atualizado em 26 mar 2025, 12:48
Natura
A Natura promoveu encontro com analistas para abordar preocupações do mercaod sobre a companhia (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A Natura (NTCO3) enfrenta um momento relevante — e desafiador — na história da empresa. Uma reestruturação da gestão, extinção da holding, números do 4T24 que não animaram, expectativas por dividendos e tudo isso em meio a um cenário macroeconômico difícil.

Após os receios levantados pelo último balanço e anúncios, o CEO, João Paulo Ferreira, CFO, Silvia Vilas Boas, promoveram um encontro com analistas para abordar as preocupações do mercado sobre a companhia.

Segundo a empresa, 2025 marca o último ano de custos de transformação e os executivos estão confiantes na expansão da margem bruta e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

De acordo com relatório da XP Investimentos, cinco pontos principais foram abordados nas discussões, entre eles, o impacto da introdução de um imposto de importação na Argentina a margem bruta do quarto trimestre, mas que está eliminado a partir deste ano.

Os executivos se mostraram confiantes sobre a expansão de margem bruta e Ebitda este ano, que também marca o último de custos de transformação, dizem os analistas Daniella Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer.

A XP pontua ainda que a recuperação do crescimento de receita da Avon é uma prioridade da Natura, que afirma ser muito cedo para avaliar os ganhos da simplificação corporativa, enquanto a resolução da Avon International continua sendo estudada.

O Itaú BBA, que também esteve presente no encontro, afirma que a gestão continua comprometida com melhorias operacionais, apesar dos desafios macro e dos negócios em andamento.

Apesar do esclarecimento de importantes pontos, os analistas ponderam que a persistência dos custos de transformação em 2025, juntamente com a desaceleração nas vendas no primeiro trimestre na Natura Brasil e o crescimento lento na Avon, devem ser suficientes para que os investidores permaneçam cautelosos e em espera por mais tempo.

“Na avaliação atual, mesmo isolando a América Latina, ainda não há espaço neste cenário para uma
reclassificação significativa”, avalia Rodrigo Gastim e equipe.

Entre os analistas do Itaú BBA e XP Investimentos há consenso: mantém a recomendação de compra para a Natura.

No caso do BBA, o preço-alvo para a ação é de R$ 14, enquanto a XP não detalhou no relatório.

Natura convoca acionistas para reestruturação societária

Nesta quarta (26), a Natura anunciou a convocação de uma Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária (AGO/E) para deliberar sobre a incorporação da holding pela Natura Cosméticos S.A.

Caso aprovada, a incorporação resultará na extinção da Natura &Co Holding, com seus acionistas passando a deter ações da Natura Cosméticos em uma conversão de um para um, sem diluição. A empresa também manterá sua listagem no Novo Mercado da B3, segmento de mais alto nível de governança corporativa.

Além da reestruturação societária, os acionistas também votarão no dia 25 de abril a aprovação das demonstrações financeiras de 2024, a eleição do conselho de administração e a distribuição de dividendos.

A Natura &Co não antecipou detalhes sobre a proposta de dividendos, mas investidores aguardam definições sobre a política de remuneração aos acionistas.

Vale lembrar que entre as razões para a reestruturação, está justamente o potencial da Natura em destravar dividendos, uma vez que hoje a holding carrega perdas acumuladas substanciais, impedindo pagamentos. Em contraste, a Natura Cosméticos tem reservas de lucros positivas.

Em coletiva de imprensa após os resultados do 4T24, o CFO, Fábio Castellan, afirmou que está no horizonte no médio prazo, uma vez que a Natura conta com uma estrutura de capital que permite a distribuição.

No entanto, segundo ele, antes é preciso voltar a mostrar a expansão das margens, jornada esta que já está ocorrendo e deve continuar nisso em 2025.

*Com Juliana Caveiro 

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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