Natura (NTCO3): O gatilho para as ações (e não é o resultado), segundo analista
A Natura (NTCO3) aproveita um pregão positivo nesta terça-feira (14), após reportar uma reversão de prejuízo para lucro bilionário no terceiro trimestre do ano.
Entre julho e setembro de 2023, a empresa do varejo de cosméticos apresentou lucro líquido de R$ 7 bilhões. O resultado, explicou a companhia, foi impactado pela venda da Aesop.
Desconsiderando efeitos não recorrentes, o lucro atingiu R$ 745 milhões, ante prejuízo de R$ 198 milhões no terceiro trimestre de 2022.
O balanço ainda veio fraco, segundo o Itaú BBA, justamente porque a primeira linha, de receitas, veio abaixo do esperado, enquanto a margem Ebitda consolidada, de 10%, veio em linha com as estimativas.
“A receita líquida consolidada caiu 10,5% ano a ano, a R$ 7,5 bilhões (6% abaixo das nossas estimativas) e a margem bruta consolidada veio em 65,3% (alta de 310 pontos-base ano a ano, mas 30 pontos-base abaixo das nossas projeções”, afirma.
Além disso, a desalavancagem operacional mitigou parcialmente o ganho de margem bruta, levando a uma margem Ebitda consolidada de 6,5%, em linha com as projeções da casa.
Por outro lado, analistas do BBA chamam atenção para “sinais encorajadores” na implementação da Onda 2 no Brasil, embora espere que os investidores sigam monitorando a sustentabilidade dessas tendências positivas.
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Venda da The Body Shop é boa?
Além dos últimos resultados, a Natura anunciou a venda da The Body Shop por cerca de US$ 254 milhões como forma de otimizar as operações e simplificar os negócios.
A Natura explicou ao mercado que focará em prioridades estratégicas, especialmente na integração da Natura e da Avon na América Latina, além da otimização adicional da presença internacional da Avon.
De acordo com a Natura, o preço de venda da The Body Shop, que inclui potencial valor contingente “earn-out” de 90 milhões de libras, ocorrerá em até cinco anos.
A Ativa Investimentos, que enxerga a transação como um movimento positivo, lembra que a Natura já havia sinalizado o interesse em vender a The Body Shop, assim como aconteceu com a Aesop.
Na opinião da corretora, a venda do ativo reforçará o movimento de reestruturação da Natura, com foco nas marcas Natura e Avon, bem como a Onda 2, em fase de implementação.
“Acreditamos que, ao longo de 2024, já devemos começar a ver os resultados de toda a reestruturação sendo colhidos”, diz.
NTCO3 vale compra?
Após a avaliação dos resultados da Natura, o BBA reforçou a recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), com preço-alvo ao fim de 2024 de R$ 21.
O BB Investimentos, repercutindo o anúncio de venda da The Body Shop, diz que, com o acordo vinculante para a venda da unidade de negócio, mais um ponto deixa de incomodar na tese da Natura, visto que ela subtrai da “uma divisão de negócios que não tem contribuído para a geração de valor.
A instituição avalia, inclusive, que a venda anunciada pode ser o catalisador das ações, e não os resultados, que vieram mistos, na opinião da analista Georgia Jorge.
Dessa forma, a recomendação de compra do BB foi reforçada, com preço-alvo ao fim de 2024 de R$ 18,20.
Citando uma postura mais cautelosa, o Santander tem recomendação “neutra”, com preço-alvo de R$ 18.