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Natura (NTCO3): Hora de desistir da ação? Papel tomba 15% após resultados frustrantes

14 mar 2023, 12:15 - atualizado em 14 mar 2023, 12:15
Natura
As ações da Natura derretem após a varejista reportar prejuízo de R$ 890,4 milhões no 4T22 (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

As ações da Natura (NTCO3) despencam no Ibovespa (IBOV) nesta terça-feira (14). Por volta de 12h, o papel liderava as maiores baixas e derretia 15,73%, a R$ 12,47. Na maior alta observada, o papel chegou a cair mais de 17%.

O movimento acontece após a varejista informar que teve prejuízo líquido de R$ 890,4 milhões no quarto trimestre de 2022. O resultado implica em uma reversão do lucro de R$ 695,5 milhões, reportado no mesmo período do ano passado.



Segundo a Natura, o resultado foi motivado principalmente pelo menor Ebitda, que mede o resultado operacional, impactado por R$ 383 milhões de impairment não caixa, além de maiores despesas financeiras líquidas e perdas de operações descontinuadas.

O consenso do mercado esperava um lucro líquido de R$ 326 milhões, segundo dados levantados pela Bloomberg.

Para o BB Investimentos e para a XP Investimentos, o 4T22 foi misto. A XP acredita que o prejuízo aconteceu devido aos resultados operacionais mais fracos e efeitos não recorrentes.

Na outra ponta, a corretora diz que o fluxo de caixa em R$ 1 bilhão foi positivo e superou as suas expectativas. Segundo a corretora, o número é resultado da melhor dinâmica de capital de giro, sobretudo em estoques de produtos acabados e fornecedores, além de impostos mais baixos.

Natura: The Body Shop e Aesop

O BB menciona que apesar das vendas no consolidado continuarem mornas, com um crescimento de apenas 3% em moeda constante, a recuperação da margem Ebitda ajustada nas divisões The Body Shop e Aesop é positiva.

No caso da The Body Shop, o avanço foi de 15,1 pontos percentuais. O BB diz que a recuperação se deve a medidas rígidas de contenção de custos.

As medidas contaram com “novas contratações de funcionários e gastos discricionários, combinadas com a primeira fase de redução de custos estruturais, incluindo dimensionamento da estrutura, redução da liderança e transformação de TI”, explica o BB.

A XP acredita que o sellout mais fraco da TBS deve continuar pressionando os estoques dos franqueados.

Em relação a Aesop, o avanço foi de 11,8 pontos percentuais na comparação trimestral.

O ganho de margem operacional deveu-se ao incremento da receita, segundo o BB, que permitiu a diluição dos investimentos realizados para aprimorar a tecnologia e cadeia de suprimentos, visando à entrada na China.

Nesse sentido, a XP acredita que a entrada da Aesop na China é surpreendentemente positiva, com ambas as lojas entre os melhores desempenhos do mundo.

Repórter
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
janaina.silva@moneytimes.com.br
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.