Natura (NTCO3): Hora de desistir da ação? Papel tomba 15% após resultados frustrantes
As ações da Natura (NTCO3) despencam no Ibovespa (IBOV) nesta terça-feira (14). Por volta de 12h, o papel liderava as maiores baixas e derretia 15,73%, a R$ 12,47. Na maior alta observada, o papel chegou a cair mais de 17%.
O movimento acontece após a varejista informar que teve prejuízo líquido de R$ 890,4 milhões no quarto trimestre de 2022. O resultado implica em uma reversão do lucro de R$ 695,5 milhões, reportado no mesmo período do ano passado.
Segundo a Natura, o resultado foi motivado principalmente pelo menor Ebitda, que mede o resultado operacional, impactado por R$ 383 milhões de impairment não caixa, além de maiores despesas financeiras líquidas e perdas de operações descontinuadas.
O consenso do mercado esperava um lucro líquido de R$ 326 milhões, segundo dados levantados pela Bloomberg.
Para o BB Investimentos e para a XP Investimentos, o 4T22 foi misto. A XP acredita que o prejuízo aconteceu devido aos resultados operacionais mais fracos e efeitos não recorrentes.
Na outra ponta, a corretora diz que o fluxo de caixa em R$ 1 bilhão foi positivo e superou as suas expectativas. Segundo a corretora, o número é resultado da melhor dinâmica de capital de giro, sobretudo em estoques de produtos acabados e fornecedores, além de impostos mais baixos.
Natura: The Body Shop e Aesop
O BB menciona que apesar das vendas no consolidado continuarem mornas, com um crescimento de apenas 3% em moeda constante, a recuperação da margem Ebitda ajustada nas divisões The Body Shop e Aesop é positiva.
No caso da The Body Shop, o avanço foi de 15,1 pontos percentuais. O BB diz que a recuperação se deve a medidas rígidas de contenção de custos.
As medidas contaram com “novas contratações de funcionários e gastos discricionários, combinadas com a primeira fase de redução de custos estruturais, incluindo dimensionamento da estrutura, redução da liderança e transformação de TI”, explica o BB.
A XP acredita que o sellout mais fraco da TBS deve continuar pressionando os estoques dos franqueados.
Em relação a Aesop, o avanço foi de 11,8 pontos percentuais na comparação trimestral.
O ganho de margem operacional deveu-se ao incremento da receita, segundo o BB, que permitiu a diluição dos investimentos realizados para aprimorar a tecnologia e cadeia de suprimentos, visando à entrada na China.
Nesse sentido, a XP acredita que a entrada da Aesop na China é surpreendentemente positiva, com ambas as lojas entre os melhores desempenhos do mundo.