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Natura (NTCO3) está atrativa? Por que ficar do lado dos compradores, segundo Itaú BBA

24 mar 2023, 12:56 - atualizado em 24 mar 2023, 12:56
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Nem o tombo pós-balanço abalou os analistas do BBA, que enxergam uma proposta de risco-retorno positiva para a varejista (Imagem: Money Times/Divulgação)

A Natura&Co (NTCO3) é uma ação que pode se beneficiar no curto prazo por conta do desinvestimento de ativos, diz o Itaú BBA, que reiterou a recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) e preço justo de R$ 18.

A Natura chegou a despencar 17% no pregão seguinte à divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2022, quando entregou prejuízo líquido atribuível a acionistas controladores de R$ 890,4 milhões, impactado por um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) menor, de R$ 1,09 bilhão.

Nem o tombo pós-balanço abalou os analistas do BBA, que enxergam uma proposta de risco-retorno positiva para a varejista.

“Continuamos vendo o turnaround da Avon na América Latina como o principal gatilho orgânico para geração de valor à frente, enquanto sinais das iniciativas da companhia no TBS (The Body Shop) e na Avon Interacional nos levam a acreditar que Natura&Co está no caminho certo para recuperar a rentabilidade”, afirma o time de análise de Consumo da instituição.

O BBA destaca que os primeiros sinais da integração da Avon e da Natura já começaram a se materializar. A aceleração da segunda onda do processo de integração deve pesar sobre a performance das receitas da Avon, gerando maiores custos no curto prazo, mas o sucesso da operação levaria a uma geração de valor significativa, pondera.

Sobre as operações da Avon Internacional, o BBA ressalta o posicionamento da marca de focar em mercados mais rentáveis enquanto reduz os custos. A unidade também está investindo em mercados com potencial, como África do Sul, Filipinas, România e Polônia.

Enquanto isso, a The Body Shop está focada em estabilizar a receita do seu core business, aumentando a rentabilidade por meio de iniciativas de redução de custos e geração de caixa.

“Medidas restritas de custos foram implementadas no quarto trimestre de 2022 para administrar o quadro de funcionários e os gastos discricionários, levando a uma margem Ebitda acima das expectativas, a 21,4% (queda de 80 pontos-base ano a ano vs. queda de 11,7 pontos percentuais ano a ano no terceiro trimestre de 2022)”, levantam os analistas.

O BBA atualizou as estimativas para a Natura. A expectativa de margem bruta é de 64,3% para 2023, 65% para 2024 e 65,3% para 2025. A margem Ebitda ajustada esperada é de 10,4%, 11,1% e 11,6% para 2023, 2024 e 2025, respectivamente.

“Vale mencionar que estamos aumentando nossa estimativa de rentabilidade de longo prazo para TBS, a 14,9%, de 13,7% anteriormente”, afirma a corretora.

O modelo atualizado do BBA passou a assumir despesas financeiras maiores após a incorporação de estimativas macroeconômicas piores, com o cenário de juros elevados.

O lucro líquido estimado pelo BBA para 2023 agora é de R$ 187 milhões. Para 2024 e 2025, analistas projetam ganhos de, respectivamente, R$ 849 milhões e R$ 1,34 bilhão.

“Vemos a companhia sendo negociada agora a 21,7 vezes P/L (preço sobre lucro) e 5,9 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2024, desconto de 26% e 65% para a média dos pares globais, respectivamente”, completa.

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