Empresas

Natura (NTCO3): Em meio à preocupação com margens, CFO não descarta dividendos no médio prazo

14 mar 2025, 14:45 - atualizado em 14 mar 2025, 18:11
natura - ntco3
As ações da Natura reagiram com queda expressiva ao balanço do quarto trimestre de 2024 (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

As ações da Natura (NTCO3) passam por um dia para esquecer em reação ao balanço do quarto trimestre de 2024, que rendeu, uma queda de 30% no Ibovespa (IBOV) nesta sexta-feira (14).



As margens são o destaque negativo no trimestre da companhia e Guilherme Castellan, diretor financeiro (CFO) da companhia, afirmou em coletiva com jornalistas que há um foco da companhia em voltar a mostrar expansão das margens, reconquistar a confiança do mercado e mostrar a capacidade da companhia de geração de caixa forte em 2025.

O CEO para América Latina da Natura, João Paulo Ferreira, disse, em teleconferência com analistas, que a rentabilidade do quarto trimestre “também nos frustra”, reforçando que a companhia está “absolutamente” comprometia com a expansão de rentabilidade e geração de caixa.

Fábio Barbosa, CEO da companhia, afirmou na coletiva o compromisso da empresa de entregar margens melhores e manter um compromisso muito sério com alocação de capital.

Ele destaca ainda que a Natura precisa implementar os investimentos necessários para manter a competitividade da empresa, sendo esta também uma prioridade.

Em relação à preocupação do mercado com os dividendos da companhia, o CFO, Fábio Castellan, afirmou que está no horizonte no médio prazo, uma vez que a Natura conta com uma estrutura de capital que permite a distribuição.

No entanto, segundo ele, antes é preciso voltar a mostrar a expansão das margens, jornada esta que já está ocorrendo e deve continuar nisso em 2025.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os números da Natura no 4T24

A companhia reportou prejuízo líquido de R$ 438,5 milhões referente ao quarto trimestre de 2024 (4T24). A cifra representa uma redução de 83,5% na linha, em comparação com prejuízo líquido de R$ 2,7 bilhões no mesmo período de 2023.

Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ficou negativo em R$ 139,6 milhões entre outubro e dezembro, ante Ebitda positivo de R$ 466 milhões no mesmo período de 2023.

Já o Ebitda recorrente foi de R$ 703,3 milhões no período. A margem Ebitda foi de 9,1%, redução de 70 pontos-base na base anual.

Segundo a companhia, o Ebitda recorrente foi mais do que compensado pelos ajustes não operacionais de -R$ 843 milhões relacionados principalmente ao suporte da Natura &Co à Avon Products Inc. (API) no contexto do Chapter 11 (recuperação judicial nos Estado Unidos) e a investimentos em integração da Onda 2, além de -R$ 114 milhões de operações descontinuadas.

receita líquida consolidada somou R$ 7,7 bilhões, um avanço de 16,1% em relação ao mesmo período de 2024.

*Com informações da Reuters

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.