Natura (NTCO3): Em meio à preocupação com margens, CFO não descarta dividendos no médio prazo

As ações da Natura (NTCO3) passam por um dia para esquecer em reação ao balanço do quarto trimestre de 2024, que rendeu, uma queda de 30% no Ibovespa (IBOV) nesta sexta-feira (14).
As margens são o destaque negativo no trimestre da companhia e Guilherme Castellan, diretor financeiro (CFO) da companhia, afirmou em coletiva com jornalistas que há um foco da companhia em voltar a mostrar expansão das margens, reconquistar a confiança do mercado e mostrar a capacidade da companhia de geração de caixa forte em 2025.
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O CEO para América Latina da Natura, João Paulo Ferreira, disse, em teleconferência com analistas, que a rentabilidade do quarto trimestre “também nos frustra”, reforçando que a companhia está “absolutamente” comprometia com a expansão de rentabilidade e geração de caixa.
Fábio Barbosa, CEO da companhia, afirmou na coletiva o compromisso da empresa de entregar margens melhores e manter um compromisso muito sério com alocação de capital.
Ele destaca ainda que a Natura precisa implementar os investimentos necessários para manter a competitividade da empresa, sendo esta também uma prioridade.
Em relação à preocupação do mercado com os dividendos da companhia, o CFO, Fábio Castellan, afirmou que está no horizonte no médio prazo, uma vez que a Natura conta com uma estrutura de capital que permite a distribuição.
No entanto, segundo ele, antes é preciso voltar a mostrar a expansão das margens, jornada esta que já está ocorrendo e deve continuar nisso em 2025.
Os números da Natura no 4T24
A companhia reportou prejuízo líquido de R$ 438,5 milhões referente ao quarto trimestre de 2024 (4T24). A cifra representa uma redução de 83,5% na linha, em comparação com prejuízo líquido de R$ 2,7 bilhões no mesmo período de 2023.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ficou negativo em R$ 139,6 milhões entre outubro e dezembro, ante Ebitda positivo de R$ 466 milhões no mesmo período de 2023.
Já o Ebitda recorrente foi de R$ 703,3 milhões no período. A margem Ebitda foi de 9,1%, redução de 70 pontos-base na base anual.
Segundo a companhia, o Ebitda recorrente foi mais do que compensado pelos ajustes não operacionais de -R$ 843 milhões relacionados principalmente ao suporte da Natura &Co à Avon Products Inc. (API) no contexto do Chapter 11 (recuperação judicial nos Estado Unidos) e a investimentos em integração da Onda 2, além de -R$ 114 milhões de operações descontinuadas.
A receita líquida consolidada somou R$ 7,7 bilhões, um avanço de 16,1% em relação ao mesmo período de 2024.
*Com informações da Reuters