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Natura (NTCO3) derrete 30% após balanço; o que fazer com as ações agora?

14 mar 2025, 11:44 - atualizado em 14 mar 2025, 18:04
Natura&Co
As ações da Natura caem quase 30% após resultado do 4T24 considerado negativo pelos analistas, com destaque para o Ebitda e margens abaixo do esperado (Imagem: Divulgação)

As ações da Natura&Co (NTCO3) abriram as negociações com queda de 19% e ampliaram as perdas durante o pregão desta sexta-feira (14). 

Na primeira hora da sessão, NTCO3 teve as negociações suspensas na B3 por duas vezes por oscilação máxima permitida. Na mínima do dia, os papéis caíram 30,01% (R$ 9,49) e figuraram como os mais negociados na bolsa brasileira. Acompanhe o Tempo Real. 

A varejista terminou o dia com baixa de 29,94%, a R$ 9,50. 



A derrocada aconteceu em reação ao balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24), divulgado ontem (13) depois do fechamento dos mercados. 

A varejista reportou prejuízo líquido de R$ 438,5 milhões entre setembro e dezembro, uma redução de 83,5% na base anual. No mesmo período de 2023, a empresa tinha registrado um prejuízo líquido de R$ 2,7 bilhões. 

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ficou negativo em R$ 139,6 milhões entre outubro e dezembro, ante Ebitda positivo de R$ 466 milhões no mesmo período de 2023.

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O que dizem os analistas

Em geral, os analistas avaliam que o resultado da Natura no quarto trimestre foi negativo. O BTG Pactual, por exemplo, classificou os números como “poluídos” e abaixo das expectativas.

Para os analistas do Bradesco BBI, a queda das ações já era esperada, visto que a margem Ebitda, por exemplo, veio abaixo das projeções do mercado. 

O banco afirma que a margem bruta mostrou “uma desaceleração importante e inesperada de 63,2%”, impactada por campanhas promocionais e pelo mix de produtos. 

Na avaliação do banco, esses números ofuscam outros pontos positivos, como as vendas e a dívida líquida melhores e a receita líquida em linha com o esperado.  

O Safra destaca que a empresa continua a ser fortemente impactada pelos custos de transformação ‘não recorrentes’ e pelas despesas relacionadas à Avon International. 

Os resultados passaram a incluir a Avon International a partir de dezembro, com a conclusão do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11). 

“A marca Natura continuou a superar o desempenho, mas não conseguiu compensar os resultados arrastados da Avon”, escreveram Vitor Pini, Renan Sartorio e Tales Granello. 

Para o BTG Pactual, mesmo excluindo a Avon International, os números ficaram abaixo de suas estimativas, principalmente devido a despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) mais altas e uma margem bruta mais baixa

NTCO3 é venda? 

Apesar do resultado negativo, os principais bancos mantiveram as recomendações para as ações da Natura entre neutro e compra. 

O JP Morgan, que tem classificação de compra, afirma que um “momentum” positivo em torno da empresa vem sendo construído entre os investidores.  

Na mesma linha, o BTG Pactual afirma que a companhia mostrou esforços para simplificar a estrutura e melhorar as margens operacionais nos últimos trimestres — o que deixa os analistas do banco “reconhecidamente mais positivos”. 

“No entanto, a reestruturação em andamento ainda significa riscos para a tese (conforme demonstrado no quarto trimestre, com números poluídos e mais fracos do que o esperado)”, escreveram Luiz Guanais, Gabriel Disselli, Pedro Lima e Luis Mollo, em relatório. 

Para o Safra, os custos de transformação devem continuar em 2025 e ainda há incerteza sobre a possível venda ou descontinuação da Avon International, e como isso impactaria os resultados futuros.

Confira as recomendações para Natura que o Money Times teve acesso:

Banco Recomendação Preço-alvo
Bradesco BBI Compra  R$ 17
BTG Pactual Neutra R$ 18
JP Morgan  Compra R$ 21
Safra  Neutra  R$ 14
Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.